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SILÊNCIO NOS MINISTÉRIOS | Vandalismo é o silêncio dos ministros sobre o uso de armas letais no protesto em Brasília

Dois dias após a manifestação na Esplanada dos Ministérios em Brasília, o Palácio Planalto segue tentando identificar manifestantes para criminalizar e agora se nega a comentar sobre uso de armas letais pela Polícia do Distrito Federal durante o protesto.

sexta-feira 26 de maio de 2017 | Edição do dia

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Perguntado sobre a identificação de “black blocs” em coletiva de imprensa na manhã dessa sexta, 26, ministro Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) disse que este era um problema de "segurança pública", passando a responsabilidade do caso para a Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Ele evitou comentar sobre a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão de informações vinculado ao GSI, que monitora esses grupos, segundo auxiliares do governo.

Questionado se a repressão aos protestos seguirá com a estratégia de jogar bombas de gás nas multidões em geral, ele respondeu que a "polícia jogar bomba em manifestantes é uma visão um tanto quanto unilateral do problema e uma consequência que não faz parte da nossa discussão", indicando que a violenta repressão que feriu mais de 40 manifestantes, incluindo ferimento com arma de fogo, é uma resposta ao que chamam de “vandalismo”. Na verdade o vandalismo é o enorme ataque aos direitos dos trabalhadores que representa a aprovação das reformas, e a repressão é uma maneira de responder à luta, tentando calar os trabalhadores e juventude para garantir que o projeto de descarregar a crise nas costas dos trabalhadores siga avançando com as reformas.

O ministro ainda chamou manifestantes de "criminosos", afirmando que não haverá diálogo. "Eu não chamo de grupos radicais, eu chamo de vândalos, criminosos. É um pouco diferente de grupos radicais. Os radicais, considerado o português apropriado, são pessoas com quem se pode conversar. (os criminosos) Não são pessoas com quem se possa conversar, são posições criminosas", afirmou Etchegoyen. Em seguida, ele evitou falar sobre as denúncias de uso de armas de fogo pela PM do Distrito Federal, que foram comprovadas em vídeo e o manifestante atingido segue internado em Brasília.

Marcada para abordar a questão da crise da segurança pública no Rio de Janeiro, a entrevista de Etchegoyen contou ainda com os ministros Osmar Serraglio (Justiça), Raul Jungmann (Defesa) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).

Osmar Serraglio também evitou responder sobre a atuação da polícia. Ele disse que o Ministério da Justiça pediu investigação da Polícia Federal em relação à responsabilização dos "vândalos" nas manifestações. O ministro ainda foi questionado sobre o massacre de dez sem-terra, no último dia 24, no Pará e também só comentou que está acompanhando "com a presença da PF".

Temer e seus ministros buscam por todas as vias criminalizar o movimento, chamando manifestantes de vândalos e criminosos, buscando identificar "responsáveis" e cobrar ressarcimento das centrais sindicais sobre os prejuízos para poder justificar sua escalada repressiva, que chegou a autorizar o uso de Forças Armadas contra manifestações - ação que recuou no dia seguinte. Mostra que a luta contra as reformas e Temer vem ganhando força e é preciso avançar, que as centrais sindicais não se intimidem e chamem já uma greve geral para derrubar as reformas e Temer.

Com informações da Agência Estado.

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