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28N | Abusiva é a privatização! Tarcísio e grande mídia mentem para intimidar trabalhadores em luta

Frente à greve unificada desta terça-feira (28) contra as privatizações, o governador de SP e a grande imprensa tentam jogar população contra os grevistas e criminalizar a paralisação.

segunda-feira 27 de novembro de 2023 | Edição do dia

Zanone Fraissat/ Folhapress

A greve desta terça-feira acontece contra o ataque brutal levado adiante por Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de extrema direita de São Paulo. Igualmente ao dia 3/11, estarão em greve as categorias de metroviários, trabalhadores da CPTM e Sabesp, e além destes os funcionários da Fundação Casa também se somaram à greve, e o sindicato dos professores estaduais tirou um indicativo de greve.

O ataque se trata da privatização de todas as maiores estatais paulistas: a Sabesp, está mais avançada, já tendo sido aprovada em comissões da Alesp na semana passada a proposta de privatização, e agora vai a plenário, para votação geral dos parlamentares. O plano é reduzir a participação acionária do estado, que hoje é de 50,3%, diluindo as ações até ficar com algo entre 15% e 30%. Para a CPTM e para o metrô estão sendo feitos estudos. No caso da companhia de trens, estuda-se privatizar todas as linhas: 10-turquesa, 11-coral, 12-safira e 13-jade, além da linha 7 rubi, que liga Jundiaí a São Paulo, e é a linha mais antiga. Já saiu o edital e a concessão da 7-rubi já está marcada, pois faz parte do processo de reativar a antiga conexão férrea entre São Paulo e Campinas. Para o metrô a ideia é também privatizar todas as linhas: 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata.

A privatização piora os serviços e ainda os torna mais caros, a exemplo da Eletropaulo que foi vendida para gigante europeia Enel e que deixou milhares de famílias sem energia por muitos dias, tendo protagonizado a cena tragicômica da luz do tribunal caindo no momento em que a empresa foi lá prestar depoimento.

Já os professores estaduais unificaram no dia 28 por conta de um plano do governo Tarcísio que permite a redução de até R$ 9,66 bilhões nos investimentos da educação básica em 2024, mostrando mais uma vez que a extrema direita é inimiga da educação e dos trabalhadores da educação. Além disso, também se colocam pela revogação do plano de carreira para professores do ensino médio e fundamental, diretores de escola e supervisores educacionais da rede estadual pública, aprovado em 2022, entre outras reivindicações de melhorias das condições de trabalho dos professores.

Os socioeducadores que trabalham na Fundação Casa, declararam apoio à greve do dia 28. Os funcionários têm se mobilizado contra estudos do governo estadual para realizar uma PPP (parceria público-privada) para administrar a fundação, com o precedente nacional no Rio Grande do Sul levado à cabo pelo governo Lula-Alckmin. A iniciativa pode resultar em corte de vagas na entidade, que hoje tem cerca de 9.500 funcionários.
Frente a mobilização dos trabalhadores de várias categorias, o governador recorreu à justiça para criminalizar a greve, pois seria feita por motivos políticos, que é um grande “absurdo”. O desembargador Marcelo Freire Gonçalves, do TRT-2, publicou uma decisão que determina que os funcionários do metrô trabalhem amanhã com 80% da capacidade total nos horários de pico e 60% no restante, um claro ataque contra a mobilização desses trabalhadores que impoẽ uma multa abjeta de R$ 700 mil caso haja o descumprimento da decisão.

Em decisão separada, o desembargador Fernando Alvaro Pinheiro determinou que trabalhadores das linhas da CPTM garantam 85% de seu contingente nos horários de pico. Nos demais horários, os ferroviários devem ter 60% do número total de trabalhadores. A multa caso os ferroviários descumpram a ordem é de R$ 600 mil. Na Sabesp, seus serviços devem funcionar com 70% de seu efetivo, segundo decisão da desembargadora Ivete Ribeiro, também do TRT-2.

O governo de SP deu ponto facultativo em todos os serviços públicos estaduais da capital. O governador fez demagogia e jogou a culpa nos grevistas dizendo que quem mais sofre com a greve é a população, como se na realidade não fosse a privatização quem fizesse toda população sofrer. Também afirmou que deveria ser prevista uma punição individual para quem participar da greve e não cumprir as determinações da Justiça, pois: "Sindicatos se dão ao direito de desrespeitar as decisões do judiciário. Para eles, a decisão não vale nada. O judiciário multa, o sindicato não paga porque não tem dinheiro. E fica por isso." Afirmou ainda que 4.000 policiais militares serão deslocados para garantir a segurança nas estações de metrô e trens.

Diversas grandes mídias tem corroborado com a tese de ilegalidade da greve, tentando jogar a opinião pública contra os grevistas para enfraquecê-los. Apesar disso, a própria grande imprensa, através do UOL, saiu com denúncia de um verdadeiro desvio de verbas públicas, dinheiro da população, para as empresas privatizadas do transporte, que estão ganhando 10 vezes mais por passageiro do que o Metrô e a CPTM que são estatais. O ataque ao direito de greve, o assédio aos trabalhadores e as multas são para garantir e ampliar os lucros dessas empresas e criar novas situações como a da ENEL que só gera apagão e altas tarifas para a população.




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