A convocatória dos coletes amarelos para este sábado teve peso em Paris e outras cidades francesas. Antes de começar a polícia já havia detido a mais de 150 manifestantes na capital, e no começo da marcha reprimia com gases lacrimogênio.
segunda-feira 14 de setembro de 2020 | Edição do dia
Milhares de manifestantes saíram novamente às ruas da frança neste 12 de setembro. A mobilização, que respondia ao chamado dos coletes amarelos, foi reprimida com gases lacrimogênios e detenções massivas em Paris. Também houve ações em Toulouse, Burdeos, Nantes e outras cidades.
Em um contexto marcado por um desastre social sem precedentes, os coletes amarelos haviam pedido às pessoas que saíssem às ruas neste sábado, coincidindo com o retorno das férias, para lutar por suas reivindicações.
Apesar do dispositivo policial, que antes de começar a marcha já havia detido a mais de 150 manifestantes, milhares de pessoas responderam ao chamado dos coletes amarelos.
Énorme dispositif policier encadrant la manifestation autorisée des #GiletsJaunes au départ de place de la Bourse : lance-grenades Penn Arm, LBD, casques et boucliers... le cortège se dirige vers porte de Champerret. #12septembre #bourse pic.twitter.com/Vd3UUPeAOo
— Révolution Permanente (@RevPermanente) September 12, 2020
Antes de começar a marcha, ao meio dia era o próprio Distrito policial que avisava em sua conta no Twitter que havia detido nesse momento a 128 manifestantes, com o objetivo de amedrontar aos que participariam dos protestos.
#12septembre | A 12h00, 1⃣2⃣8⃣ personnes ont été interpellées par la @prefpolice. pic.twitter.com/OBS4hJiFeQ
— Préfecture de Police (@prefpolice) September 12, 2020
Didier Lallament, chefe da polícia de Paris, já havia anunciado nos últimos dias que estavam proibidas as manifestações em determinados setores da capital, buscando desanimar a participação e incitando a repressão policial.
Neste contexto, Jérôme Rodrigues, representante dos coletes amarelos relatou a diversos meios a crise social que o país atravessa "a raiva está aí, em cada casa", e apontou que novos coletes amarelos serão os milhões que vão entrar no "mercado da pobreza". Finalizou com "um estômago vazio, uma geladeira vazia, é o vírus que leva anos nos consumindo".
En direct de la Place de la Bourse d'où partira l'une des manifestations des Gilets jaunes. Pour cette rentrée les GJs veulent rappeler leurs revendications et appellent à l'unité de tous face à la crise et au gouvernement. #12septembre pic.twitter.com/Xbzip4ZDYN
— Révolution Permanente (@RevPermanente) September 12, 2020
As manifestações e a repressão ocorreram também em cidades como Toulouse, Burdeos e Nantes. A modalidade repressiva foi similar. No dia anterior, a Polícia havia proibido a marcha. Grandes operativos policiais detiveram dezenas de pessoas antes da manifestação e depois, frente a concentração, responderam com gases e violência policial sobre os manifestantes.
#12septembre #Repression #ViolencesPolicieres
Avant même le départ de la manifestation, les #Giletsjaunes nassés place Jean Jaures à #Toulouse. Premières charges et premières interpellation. pic.twitter.com/MlDzgbSB8D— Révolution Permanente (@RevPermanente) September 12, 2020
De todo modo, e asim como na capital, as pessoas resistiram e a manifestação não pode ser dissolvida. A manifestação teve um importante componente de trabalhadores e trabalhadoras organizados na central operária CGT, como é o caso dos aeronáuticos cuja indústria atravessa uma crise sem precedentes que as patronais descarregam sobre o pessoal.