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Educação contra Tarcísio | Professores SP: O que fazer agora com a força que mostramos e superar a traição da direção da APEOESP?

Nesta sexta-feira, os professores das escolas estaduais de São Paulo fizeram uma forte paralisação e assembleia deixando evidente que existe disposição para enfrentar Tarcísio e os inúmeros ataques à educação com greve e mobilização. No entanto, a direção do sindicato, composta pelo PT, PcdoB e PSOL, traiu a mobilização e se colocou contrária a proposta de greve. Mesmo assim, os professores saíram da assembleia em ato gritando “o professor chegou” contra Tarcísio, as plataformas e o NEM. Diante dessa força, muitos estão se perguntando: O que fazer agora?

domingo 28 de abril | Edição do dia

Apesar da direção do sindicato não ter organizado a paralisação na base das escolas, os professores, que não aguentam mais os inúmeros ataques de Tarcísio, com plataformas, demissões e assédios, se revoltaram e fizeram uma enorme paralisação em todo o estado, com várias escolas que não funcionaram ou funcionaram parcialmente na sexta. Uma paralisação que foi levada à frente principalmente com um grande número de professores contratados, que superam já o número de efetivos no estado e que sofrem com a precarização, e também por professores das escolas integrais que já não aguentam mais os assédios.

Em Santo André, onde a subsede é de oposição, foram dezenas de escolas que paralisaram. A assembleia contou com uma forte expressão da subsede com professores na linha de frente de gritar “Greve já” e “chega de manobras”, mostrando que não vão aceitar uma direção do sindicato burocrática, que impede a base de se expressar e que barra a luta dos professores. Uma direção sindical que ao invés de mobilizar não passa nem ao menos nas escolas, e quando passa é para desmotivar o professor a parar.

Os professores lutam contra a imposição arbitrária das plataformas digitais na escola que estão à serviço de controlar conteúdos e o ritmo de trabalho, um ataque fruto do novo ensino médio. Além disso, se colocam contra as demissões, privatizações, cortes de salário e também defendem o reajuste salarial.

Ou seja, não faltaram nem motivos e nem disposição dos professores para que nessa assembleia fosse deflagrada uma greve. O que faltou foi um sindicato que seja uma ferramenta de luta do trabalhador contra os governos e patrões, confiando na força da categoria de professores que tem uma tradição de luta e organização, se ligando aos estudantes e a comunidade escolar que estão vendo a educação sendo cada vez mais sucateada. Além disso, buscam calar a oposição, como vimos no Conselho Estadual de Representantes (CER) que aconteceu pela manhã em que o PSOL, com MES e Resistência, fizeram uma proposta de limitar ainda mais que a oposição se expressasse nos próximos espaços. Mostrando como essa ex-oposição já assimilou os métodos burocráticos da Bebel e sua turma, que busca calar a base de professores.

Na assembleia com milhares de professores presentes duas propostas foram apresentadas. Uma da direção do sindicato, sob os gritos de “pelegos”, que era contrária a proposta de greve e defendia um calendário que prevê apenas a paralisação do uso das plataformas por uma semana, e deixando o professor individualmente suscetível ao assédio moral e punições, e uma nova assembleia somente no final do próximo mês. E outra, defendida por todos os grupos da Oposição Unificada Combativa e professores da base, de uma greve imediata, com comandos de greve em cada subsede na segunda-feira para passar nas escolas, debater com os professores e paralisar a educação de SP, unificando essa luta com as universidades federais.

Depois de diversas manobras, a direção central do sindicato considerou aprovada a sua proposta que busca enterrar as possibilidades de mobilização da categoria. Isso porque, a direção do sindicato busca atuar com acordos na ALESP, que somente nos leva à derrota e em troca de manter a paz de Tarcísio. Seguem o caminho da conciliação de classes do governo Lula-Alckmin que financia as privatizações de São Paulo via BNDES, que mantém o novo ensino médio e que ataca os trabalhadores com o arcabouço fiscal, e assim esse caminho vai fortalecendo a extrema direita.

Mesmo depois da tentativa de Bebel, Fábio e da chapa 1 de enterrar a proposta de greve, vimos professoras batalhando para subir no caminhão, já que eram impedidas pela chapa 1, e tomaram o microfone também chamando os professores a tirarem essa direção do sindicato mostrando que voltaremos para a escola muito mais fortes. Os professores seguiram demonstrando sua revolta e disposição de luta, e junto com o Nossa Classe Educação e as forças que compõe a Oposição Unificada Combativa saíram às ruas em ato para dar um recado para Tarcísio de Freitas: O professor chegou, e não vai abaixar a cabeça para os ataques que querem nos robotizar com chat GPT e precarizar ainda mais a educação da juventude. Com isso, também dão um recado claro à direção do sindicato de que não vão aceitar suas manobras, chega de esperar.

Basta de esperar: Qual caminho devemos seguir agora?

Nós do Nossa Classe Educação, nas últimas semanas viemos passando em diversas escolas, em especial em Santo André, mas também em outras cidades, como Campinas e na Zona Norte de São Paulo, chamando os professores a tomar a paralisação nas suas mãos e se organizarem para paralisar suas escolas, já que estava claro que esse papel a direção do sindicato não se colocava a cumprir. Essa força da base se expressou na assembleia.

Agora, é hora de voltar às escolas, debatendo com cada professor que nossa categoria está disposta a enfrentar os ataques, apesar da direção do sindicato, e que precisamos organizar um movimento, com passagem nas escolas, reuniões de base, onde os professores decidam coletivamente sobre a paralisação do uso das plataformas, exigindo do sindicato que faça reuniões de RE, aulas públicas, carta à comunidade escolar e que não deixe nenhum professor sozinho suscetível à repressão e ao assédio com essa proposta de greve “individual” pelas plataformas.

Além disso, é preciso ter claro que a única forma de paralisar as plataformas é paralisar as escolas, com greve real, organizada na base, junto com os estudantes e trabalhadores da educação. Por isso, esse movimento precisa exigir da direção do sindicato uma nova assembleia com urgência, organizada no interior das escolas, para que seja ainda mais forte e nenhum professor sofra sanções antissindicais como o governo Tarcísio vem fazendo, e que assim possamos decidir pela greve.

Nós do Nossa Classe Educação, apostamos na força da professorada e no caminho da mobilização para barrar os ataques. A conciliação de classes, caminho que aposta à direção do sindicato dirigido por Bebel, é o caminho que fortalece a extrema direita de Tarcísio, o NEM e os ataques à educação. Por isso, chamamos todos que acreditam na luta da nossa categoria a estar conosco nessa batalha, em cada subsede, e para que a exigência a que nosso sindicato chame a luta, ganhe força no interior das escolas.

“O professor chegou” como cantavam milhares de professores em São Paulo nesta sexta e Tarcísio que se cuide, por que essa força pode derrotar essa extrema direita e todos seus ataques, e substituir o governador pelo ChatGPT.




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