Nesta quarta, 02/08, os metroviários de Recife votaram greve por tempo indeterminado reivindicando a retirada do metrô da lista de desestatização do governo federal.
sexta-feira 4 de agosto de 2023 | Edição do dia
Nesta quarta, 03/08, o metrô da capital de Pernambuco amanheceu com todas suas estações de portões trancados, demonstrando ampla adesão à greve por parte dos trabalhadores. Trata-se de uma importante greve que se enfrenta contra o governo federal de Lula-Alckmin, assim como o estadual de Raquel Lyra.
A privatização do metrô de Recife é um dos principais ataques do governo federal no nordeste, como explicamos nesta matéria., Raquel Lyra, por sua vez vem fazendo política para acelerar o processo e garantir a implementação privatista em Pernambuco. Trata-se de um ataque em curso desde o governo Bolsonaro, que neste momento também era apoiado pelo atual prefeito de Recife, João Campos e pelo então governador Paulo Câmara, ambos do PSB. Este como muitos outros ataques aplicados e iniciados durante o governo Bolsonaro segue no governo de frente ampla de e Lula-Alckmin.
Não há dúvidas de que a privatização do metrô de Recife trará ainda mais precarização para o serviço, seja para os trabalhadores, seja para a população, além de elevação dos preços e demissões. Há anos o metrô de Recife vem sendo sucateado, se tornando palco de superlotação e acidentes recorrentes, colocando em risco a vida dos trabalhadores e dos usuários, com inúmeras denúncias por parte dos metroviários.
Não à toa a disposição de luta da categoria já se expressava semana passada em uma assembleia que votou paralisação de 48 horas, quando amplos setores que participavam aplaudiam uma proposta de iniciar imediatamente a greve por tempo indeterminado. Neste momento a categoria de rodoviários estava também em greve por demanda salarial, o que poderia ter levado a um confluência para uma greve de transportes em uma das capitais mais importantes do nordeste, fortalecendo ambas as categorias em suas demandas, enfrentando juntos o governo estadual e federal.
Entretanto, o sindicato dos metroviários, dirigido pela CUT, base do governo de Lula-Alckmin, atuou conscientemente para impedir a unidade das duas categorias, votando a paralisação de 48 horas, para somente iniciar a greve por tempo indeterminado na semana seguinte, dois dias depois que a greve de rodoviários se encerrou. Sem dúvidas uma oportunidade perdida para unificar a luta de duas categorias estratégicas com interesses e inimigos comuns, capazes de juntas paralisar toda a cidade, que poderia ter promovido grande impacto na luta de classes e atingir fortemente o governo estadual e federal.
Isolada a luta de metroviários se torna ainda mais difícil. Desde esse ponto de vista prestamos toda nossa solidariedade à greve dos trabalhadores metroviários e convocamos a todes a se somarem a essa luta. A juventude Faísca Revolucionária seguirá apoiando ativamente a luta dos metroviários, assim como fizemos durante a paralisação de 48 horas e na greve de rodoviários que ocorreu semana passada. O Esquerda Diário também seguirá cobrindo e colocando nosso site a serviço da luta dos trabalhadores de transportes.
Colocamos nossa energia para o triunfo desta greve, contra o sucateamento e a privatização do metrô e retirada da lista de desestatização do Governo-Lula Alckmin. Por isso também defendemos que é fundamental a independência de todos os governos para que esta e demais lutas conquistem suas demandas assim como a necessidade fundamental das grandes centrais sindicais, como a CUT e a CTB, cercarem de solidariedade a greve do metrô de Recife mobilizando outras categorias.
