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FAÍSCA UFABC | Assembleia da UFABC vota exigência à UNE por um plano de lutas, apesar do Correnteza

Nesta quarta-feira (8), as 18h no Campus de Santo André, ocorreu a primeira Assembleia Geral dos Estudantes da UFABC convocada pela nova gestão do DCE (Correnteza, UJC, Travessia e Juntos) para organizar os estudantes nesse 11A. Poucas horas antes, a reitoria divulgou o aumento do preço do RU para R$6,19 a partir de 1º de Setembro, o que foi incorporado prioritariamente na pauta. A Faísca Revolucionária esteve presente e contribuiu com propostas que defendemos desde a Chapa 1, Desafiando a Miséria do Possível, para fortalecer um movimento estudantil independente dos governos e das reitorias.

Virgínia GuitzelTravesti, trabalhadora da educação e estudante da UFABC

Gab CostaEstudante de LCH na UFABC e militante da Faísca Revolucionária

sexta-feira 11 de agosto de 2023 | Edição do dia

A Assembleia Geral dos Estudante, que ocorreu nessa quarta-feira, foi parte de uma reivindicação que nós da Faísca Revolucionária viemos debatendo com os estudantes em passagens em sala e como parte da nossa intervenção na Plenária das Universidades de São Paulo. Em meio ao escandaloso assassinado do jovem Thiago no Rio de Janeiro, as chacinas lideradas pelos governadores Bolsonaristas, Tarcísio (SP) e Cláudio Castro (RJ), e também pelo PT com Jerônimo Rodrigues na Bahia, os milionários cortes na educação e na saúde, a permanência da Reforma do Ensino Medio, da Reforma Trabalhista e a ameaça do Arcabouço Fiscal, é de extrema importância espaços assim de elaboração coletiva do movimento estudantil para apontar uma perspectiva de futuro pra juventude que não seja de trabalho precário ou balas perdidas que sempre encontram corpos negros.

A Assembleia aprovou a participação dos estudantes no 11A, assim como uma manifestação na próxima terça feira (15) no Consep as 14h para se contrapor ao aumento do RU. Também se encaminhou um Comitê de Mobilização e o chamado a uma nova Assembleia Geral em frente ao RU em Santo André no almoço e em SBC na janta no primeiro dia de aula, dia 18 de Setembro, do próximo quadrimestre, para propor catracaço e uma luta contra o aumento do preço. Como parte da nossa batalha, nós da Faísca conseguimos com que o conjunto do movimento estudantil organizado assumisse grande parte das nossas bandeiras de luta que conquistou 584 votos nas últimas eleições.

Aprovamos o programa de Redução Radical do RU, com preço único para toda comunidade universitária incluindo es terceirizades e gratuidade para as crianças, um programa que busca unificar as demandas dos estudantes junto com os trabalhadores denunciando a precarização que atinge em especial os terceirizados, que com o novo aumento anunciado pela reitoria de Dácio e pela Pró-Reitoria da Claudia Regina irão pagar 3x mais do que os estudantes, sendo que são os que recebem os piores salários e tem menos direitos trabalhistas. Isso se somou à aprovação de uma campanha contra as privatizações e pela efetivação de todos os terceirizados, um avanço fundamental na batalha por um movimento estudantil pró operário.

Também aprovamos moções de apoio à greve das ETECs e FATECs e também da saúde no Rio de Janeiro, duas categorias que sofrem agora com os cortes do governo de frente ampla Lula-Alckmin, e que são um ponto de apoio fundamental na luta contra a Reforma do Ensino Médio e também o Arcabouço Fiscal, que inclui o Fundeb e vai precarizar ainda mais o futuro da juventude. Outras duas moções que aprovamos por defesa da Faísca foi a de Lutar por Justiça para Thiago, jovem de 13 anos assassinado pela polícia no Rio de Janeiro com a responsabilização do Estado e exigência de uma investigação independente. E uma moção em repúdio ao governador Tarcísio e o Secretário da Educação, Feder, que espionam professores e alunos com um aplicativo que apareceu sem autorização de ninguém nos celulares na madrugada de terça-feira.

Essas são algumas das batalhas importantíssimas que viemos travando no movimento estudantil para forjar uma nova tradição que possa superar pela esquerda a burocracia da UJS, PT e Levante Popular da Juventude, que no último Congresso da UNE transformou a nossa entidade nacional num braço do governo Lula-Alckmin, dando espaço e palanque para reitores, governos capitalistas e ministros do STF, como o Barroso, que nós da Faísca temos muito orgulho de ter escorraçado em defesa da enfermagem, e denunciando o papel autoritário que a conciliação de classes veio fortalecendo e abrindo caminho para extrema direita. Por isso, assim como batalhamos na Plenária das Universidades de SP, novamente colocamos o papel da Oposição na UNE de levantar uma exigência à UNE para que organize um plano de lutas com assembléias em todo o país com direito a voz e voto para derrotar os cortes, o NEM e o Arcabouço Fiscal.

A nossa proposta de exigência à UNE, como explicada em Assembleia, tem como objetivo seguir batalhando para que a nossa entidade nacional sirva como uma ferramenta de organização para enfrentar os ataques à juventude e à educação, o que hoje tem como principal entrave a sua direção burocrática da UJS, PT e Levante Popular da Juventude, que no último Congresso impediram que saísse qualquer plano de lutas efetivo.

Essa batalha é uma questão de vida ou morte para surgir de fato uma oposição que queira efetivamente ser uma alternativa, o que coloca a necessidade de dialogar com os milhares de estudantes que ainda acreditam nessa direção majoritária e que estão refém desses grupos nas suas entidades estudantis como Centros Acadêmicos e DCEs pelo país. A exigência à UNE cumpre um papel de batalhar pela unidade dos estudantes secundaristas, universitários de instituições públicas e privadas, o que só é possível se impormos a essa burocracia ter que se movimentar e convocar assembleias em todo país. É verdade que é provável que essa direção não responda a essa exigência e então a Oposição poderá desmascarar o verdadeiro papel traidor dessa direção.

A proposta foi aprovada com 20 votos favoráveis, com uma unidade da Faísca, a UJC, Juntos (PSOL) e o POR e 19 votos contrários, liderados pelo Movimento Correnteza, que no último Congresso perdeu o cargo de Secretaria Geral na UNE e continua insistindo em ser um tipo de Oposição que o governo gosta, que tirou fotos com Barroso, Flávio Dino e Lula.E 7 abstenções, algumas inclusive de militantes desse movimento.

Essa votação é a expressão de que o Movimento Correnteza é uma Oposição de fachada, mantendo sua enorme adaptação à direção majoritária, compactuando com esse caminho de atrelamento da UNE ao Estado Capitalista, e subordinando a nossa luta aos acordos com as Reitorias, ainda que queiram colocar uma verborragia radical. Vemos que há uma grande contradição com a UJC e o Juntos, uma vez que, mesmo pela primeira vez votando conosco por uma exigência a UNE, na Plenária das 5 Universidades não se manifestaram a respeito, definindo em cada universidade uma politica diferente. E seguem na mesma Chapa unificada na UNE e aqui na gestão do DCE junto com a UP, sustentando essa Oposição que o governo gosta.

No caso do Juntos a contradição é ainda maior, dado que o PSOL está dentro do governo de frente ampla Lula-Alckmin, que justamente vem aplicando esses ataques. Por isso, fazemos um chamado para construímos um movimento estudantil independente dos governos e reitorias e que essas organizações defendam essa exigência a UNE junto a Faísca nas Assembleias por todo o país. A UJC e o Juntos precisam se decidir se vão de fato batalhar em unidade pra que possamos organizar os estudantes e arrancar esse plano de lutas, ou se irão continuar o seguidismo ao Correnteza, como foi na UNE e nas eleições do DCE aqui

Para ver as resoluções completas, veja aqui:

Para ver a Live da Assembleia, assista aqui:




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