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GREVE BANCÁRIOS | Bancários aprovam greve a partir do dia 06 de outubro

Ao longo desta última semana assembleias de bancários em todo o país rechaçaram a proposta de arrocho salarial da FEBRABAN, e votaram pela greve a partir do dia 06 de outubro. Em São Paulo, base do maior sindicato controlado pela CUT, cerca de 1 mil bancários estiveram presentes na assembleia ocorrida nesta quinta, dia 01 de outubro.

Após o peso que as burocracias sindicais da CUT e CTB deram em minar a unificação com os trabalhadores dos correios e petroleiros, a greve dos bancários promete ter uma dinâmica complicada em vários sentidos.

Apesar dos lucros exorbitantes dos bancos, esta proposta de índice de 5,5% de reajuste denuncia que para a FEBRABAN se trata de uma luta política para encabeçar a imposição de um novo patamar de arrocho salarial para o conjunto dos trabalhadores no país, não apenas para os bancários. E embora a direção da CUT na própria assembleia tenha feito todo um discurso bem crítico à política de ajustes pra cima dos trabalhadores, é notório o malabarismo que eles mesmos fazem para ainda preservar o governo Dilma/PT, que está lado a lado com a FEBRABAN e outras grandes entidades patronais na aplicação do ajuste.

Outro fator que coloca mais variáveis nesta dinâmica, são as denúncias da operação Lava a Jato que envolvem a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira, num suposto esquema de lavagem de dinheiro usando a gráfica do sindicato. Entrar com este desgaste numa campanha salarial, que já promete ser dura, pode fazer com que as direções sindicais da CUT precisem de um bom acordo para tentar se relegitimar com sua base social. Ao mesmo tempo este mesmo desgaste das denúncias pode ser instrumentalizado pela patronal para atacar a organização dos trabalhadores, que pode se fortalecer durante a greve.

Certamente será um embate duro com a FEBRABAN que já mostrou a que veio. Mas que pode setornar também um embate duro contra o atrelamento das direções sindicais ao governo Dilma dos ajustes. Nessa dinâmica ressaltamos que os bancários precisam tomar a greve pra si e não deixar na mão do sindicato que já mostrou quais interesses defende. Nós, bancários da oposição, defendemos a organização de comandos de greve deliberativos por região, com representantes por local de trabalho, e que a diretoria do sindicato se submeta às decisões que surjam destes organismos de base.

Esses diversos fatores deixam em aberto um cenário no qual os bancários não podem ser meros espectadores. A palavra final nesta greve só pode ser dada pela capacidade de luta dos bancários apesar de e por cima de suas direções traidoras.

FOTO: Sergio Koei




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