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DF | Chuva intensa alaga DF e UnB. GDF e Reitoria são responsáveis. Reforma urbana radical já!

As chuvas que atingiram a região são reflexo de eventos climáticos extremos cada vez mais recorrentes diante do aquecimento global capitalista, agravados pelo profundo descaso do governador Ibaneis Rocha (MDB) e da Reitoria da UnB que mantém uma estrutura urbana precária para um problema que acontece todos os anos.

sábado 10 de fevereiro | Edição do dia

Imagem: Matheus Veloso/Metrópoles

A Asa Norte ficou completamente alagada, bloqueando a tesourinha da 110 norte e com carros submersos na altura da 112 no Eixão. Em Ceilândia, um motoboy foi arrastado para debaixo de um carro com as chuvas e o Hospital de campanha designado para tratar casos de dengue, justamente no pico de casos e de mortes pela doença, também sofreu com alagamentos, além de relatos de forte enxurrada levando carros em Formosa. A UnB foi seriamente afetada, sendo o Instituto de Física o mais gravemente atingido, destruindo permanentemente livros, equipamentos, documentos e mobiliário. Também foram atingidos o auditório do departamento de Engenharia Florestal e o subsolo do ICC, que ficou totalmente inundado, danificando espaços dos Centros Acadêmicos.

Essa situação não é nova, no período de chuva é recorrente fortes inundações e alagamentos. Todos aqueles que já governaram, com Ibaneis Rocha a frente agora no GDF, são responsáveis pelo total negligência, mantendo uma estrutura urbana planejada para a burguesia, pensada para seus representantes os ministros, juízes, militares e políticos, que ficam confortáveis em suas mansões e palácios, ao contrário do povo trabalhador, historicamente expulso para longe do Plano Piloto, e que sempre resistiu com suas ocupações. É um planejamento em que a Universidade de Brasília serve para formar os quadros da burguesia nacional e produzir ciência e tecnologia para os grandes empresários, não para que ela sirva aos trabalhadores.

Ibaneis perpetua e aprofunda essa lógica de cidade para a elite, privatizando a Rodoviária, despejando ocupações de famílias sem teto, beneficiando as máfias dos transportes públicos com isenções milionárias. Os profundos cortes orçamentários na educação pública que ocorreram desde o golpe institucional de 2016 e no governo Bolsonaro, continuados e aprofundados pelo governo Lula-Alckmin, perpetuam essa situação na UnB, da qual a Reitoria é cúmplice e co-responsável, visto que prefere destinar as verbas restantes ficam numa caixa-preta que ninguém tem acesso nem direito de opinião, a não a reitora e os membros dos Conselhos Universitários com seus super-salários. Enquanto isso, quem paga a conta são os estudantes, professores e trabalhadores efetivos e terceirizados.

Em 2019, a UnB passou pela mesma situação, destruindo o subsolo do ICC e os Centros Acadêmicos e nenhuma medida contundente foi feita desde então pela Reitoria. Mais uma vez, quem mais sofre com essa situação são as trabalhadoras terceirizadas, uma maioria negra e feminina, que além de sofrer com a devastação de suas casas nas RAs, também ficam sobrecarregadas ao terem de limpar os estragos de responsabilidade do Estado e da Reitoria.

Por isso, é preciso um plano de emergência para atender as famílias desabrigadas pelas chuvas, considerando que o alerta laranja de chuvas intensas permanece para os próximos dias. Da mesma forma, é necessário a implementação urgente de uma reforma urbana radical que seja gerida pelos trabalhadores e controlada por movimentos sociais e a população, baseada em um plano de obras públicas e pautada por medidas de mitigação e de resiliência climática, além do confisco de mansões e imóveis ociosos para uso popular, expropriação e estatização sob controle dos trabalhadores das grandes empresas imobiliárias. Todo o ensino, pesquisa e extensão da UnB devem estar à disposição para auxiliar essas medidas.

Não é um desastre natural, é capitalismo!




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