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Plano de demissão voluntária | Em São Bernardo do Campo, Mercedes-Benz fecha acordo de PDV em massa com sindicato

Trabalhadores reunidos em assembleia na planta da fábrica em São Bernardo do Campo no último sábado, 12/11, aprovaram acordo que prevê um PDV (Plano de Demissão Voluntária) implementado pela patronal nos próximos meses. Frente o fechamento de postos de trabalho, de demissão em massa, terceirização, é preciso organizar a luta pela base para que a crise seja paga pelos capitalistas!

quinta-feira 17 de novembro de 2022 | Edição do dia

Foto: Diário do Grande ABC

Trabalhadores da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP), reunidos em assembleia no último sábado (12/11), aprovaram uma proposta de negociação com a empresa que inclui um Plano de Demissão Voluntária (PDV). O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC disse por meio do seu presidente que espera uma adesão de cerca de 1.500 funcionários, num universo de 9.000 trabalhadores na planta.

Nos últimos anos pudemos acompanhar como os capitalistas (neste caso a multinacional alemã Mercedes-Benz) jogam a crise nas costas dos trabalhadores com demissões em massa, lay-off, férias coletivas, arrocho salarial e até mesmo o fechamento total da planta, como aconteceu na Ford em 2019, também em São Bernardo do Campo, região do ABC paulista e também ocorreu em Iracemápolis, interior paulista, numa planta da Mercedes que deixou mais de 300 famílias na rua em 2020. Ataques que são facilitados pelo governo Bolsonaro mas que vieram aumentando desde o golpe institucional de 2016, com a aprovação da reforma trabalhista, a PEC da terceirização, justamente para garantir os lucros patronais e o pagamento da dívida pública. Essa atual PDV na Mercedes é parte desses ataques!

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A burocracia encastelada no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, dirigida pela CUT, ao invés de organizar uma batalha contra o projeto de demissão da patronal, comemorou como uma vitória, nas palavras do seu presidente: "Todas (as negociações) são difíceis. Quando se trata de reduzir o custo fixo é mais ainda. Acho que tivemos êxito porque nós garantimos que as pessoas afetadas pela terceirização serão realocadas e também asseguramos o futuro da fábrica no Grande ABC. Eu não quero que a Mercedes vire uma Ford. E as pessoas que entrarem no PDV se sentirão valorizadas pelo tempo que se dedicaram para a empresa. Foi uma negociação dentro do possível, maravilhosa e histórica. Nós ganhamos com a diminuição da terceirização e ela ganha, pois reduz custos."

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É preciso que as grandes centrais sindicais como a CUT e a CTB (dirigidas por PT e PCdoB) levantem um plano de lutas nacional contra as demissões e o desemprego, unificando os trabalhadores metalúrgicos, que busque responder de forma unitária com seus próprios métodos de luta, como greves e paralisações. Como parte dessa luta, é preciso reivindicar a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais sem redução dos salários, como forma de acabar com o desemprego, sendo possível a admissão de muito mais trabalhadores e reduzindo as jornadas de trabalho extensas (situação que a reforma trabalhista aprofundou). Somente a classe trabalhadora, organizando-se na base dos locais de trabalho, pode dar uma saída para que essa crise sejam os capitalistas que paguem.




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