Estudantes da USP coletaram 270 mil assinaturas contra a indicação de Alexandre de Moraes ao STF. As assinaturas foram entregues no Senado Federal, onde sua nomeação será sabatinada nesta terça (21).
segunda-feira 20 de fevereiro de 2017 | Edição do dia
Estudantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, do curso de Direito da Universidade de São Paulo (USP), foram ao Senado Federal entregar o abaixo-assinado. De adesão online, o abaixo-assinado atingiu mais do que a comunidade acadêmica do curso e da universidade, onde Moraes é professor.
Os estudantes argumentam que Moraes não cumpre os requisitos para ser ministro do Supremo, tem uma postura "ilibada" e posições partidarizadas, além de ter protagonizado desrespeitos aos princípios constitucionais. Um exemplo citado é de quando Moraes, em atividade da campanha de Dutra Nogueira (PSDB) para prefeito de Ribeirão Preto em 2016, disse que "na próxima semana vai ter mais", e na semana seguinte uma nova fase da Lava Jato prenderia o ex-ministro Antonio Palocci (PT).
No texto da petição online os estudantes argumentam também que Moraes chegou a defender, na sua tese de doutorado em 2010, que fosse vedada a indicação para ministro do STF aos que ocupavam cargo de confiança no governo. Neste caso, ele mesmo não poderia ser indicado.
O abaixo-assinado também denuncia a ação truculenta de Moraes enquanto Secretário de Segurança Pública do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Ele foi responsável por desocupações violentas e sem mandado judicial contra estudantes secundaristas no ano passado. O texto coloca também que, por ter apenas 49 anos, Moraes pode ser ministro durante 26 anos, um longo tempo para que alguém tenha poder na mais alta Corte do País.
Outro ponto que os estudantes argumentam é no sentido de pressionar o Senado, responsável por sabatinar a indicação. Apesar do número expressivo de assinaturas, os senadores se moverão pelos seus próprios interesses. Ainda que 270 mil pessoas contrárias a Moraes tenham se manifestado no abaixo-assinado, os senadores devem pesar muito mais o quanto ele pode servir às suas necessidades no contexto da crise política.
