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CENSURA | Governo Bolsonaro censura pesquisadores do Ipea com ameaças de punições.

Governo Bolsonaro censura pesquisadores do Ipea com ameaças de punições. Pesquisadores do Instituto não podem divulgar estudos e pesquisas antes de passar pelo crivo da direção.

sábado 6 de março de 2021 | Edição do dia

Imagem: Olhar do Vale.

De acordo com o Portal de notícias Uol o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) emitiu um ofício aos servidores do órgão no sentindo ameaçar aqueles que divulgarem estudos antes de passar pelo crivo da direção. Esse ofício foi assinado pelo presidente do Ipea, Carlos Von Doellinger, escolhido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda na campanha de 2018 para comandar o Ipea.

Segundo o Uol, o ofício foi recebido pelos técnicos do Instituto como uma forma de coibir estudos de caráter crítico das políticas governamentais, ou que de certa forma evidenciem resultados diferentes daqueles esperados pela gestão do governo Federal.

Todo esse ambiente que se estabeleceu no Ipea é configurado como a tentativa do Governo Federal em censurar pesquisas que venham a mostrar a ingerência do atual governo. Além disso, há uma clara intenção de publicação de estudos no estilo “chapa-branca”, ou seja, que demonstrem apenas os resultados que o governo quer enxergar, o que não deixa de ser uma forma de mascarar a realidade.

Contudo, não foi apenas no Governo Bolsonaro que tal fato ocorre, segundo o Uol, em 2014, Herton Araújo (diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea) entregou o cargo após ter estudo sobre a evolução do número de miseráveis no governo Dilma. Em 2007, Márcio Pochmann foi acusado de ter realizado "expurgos" com o afastamento de quatro pesquisadores críticos às políticas governamentais, dois deles cedidos do BNDES e outros dois sem vínculo empregatício.

Em todos esses casos o que percebemos é o mais claro mecanismo de funcionamento da Ciência Burguesa. Em prol de defender determinados interesses, pesquisadores são alvejados e sofrem censura, o que apenas demonstra que a ciência não é livre e muito menos, está acima da luta de classes.
Isso também nos remete ao recente caso em que professores da Universidade Federal de Pelotas foram punidos por criticarem o governo Bolsonaro.

Veja mais em: Professores da Universidade Federal de Pelotas são punidos por criticarem Bolsonaro

Nesse caso em específico a Controladoria-Geral da União (CGU) puniu arbitrariamente dois professores da UFPel com uma advertência oficial por terem criticado o presidente Jair Bolsonaro em uma live. Pedro Hallal é ex-reitor da universidade, e Eraldo Santos Pinheiro pró-reitor.

Enquanto Bolsonaro e sua família gastam milhões na aquisição de mansões e o próprio ministério da saúde prevê mais de 3 mil mortes por dia por causa da Covid-19, percebemos o quanto o governo está pouco se lixando para as reais necessidades da classe trabalhadora.

Além de censurar pesquisas e estudos, o governo tem usado a população pobre e trabalhadora como boi de piranha nessa pandemia. Essa dura realidade nos mostra que o único caminho para o pleno desenvolvimento de estudos científicos é a total independência de classe e formulação de um estado operário que congregue os interesses da classe trabalhadora. Ao contrário disso, estaremos apenas criando míseros paliativos, independente dos governos burgueses que assumam, mesmo aqueles como o PT que em seus 13 anos de conciliação também é culpado pelo atual Estado que nos encontramos, e mesmo assim, procura de todas as formas levar a disputa para o âmbito eleitoral em 2022, enquanto milhares de mães, pais, jovens e idosos morrem pela Covid-19.




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