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Incursão terrestre | Israel invade Al-Shifa, maior hospital de Gaza, em mais um crime de guerra contra o povo palestino

O maior hospital de Gaza já havia sido bombardeado e a energia elétrica cortada. O local chegou a abrigar, há uma semana, cerca de 50 mil pessoas que se refugiavam dos ataques israelenses. A invasão do hospital foi condenada por entidades internacionais como a própria ONU, a OMS e a Cruz Vermelha. Vídeos de crianças sendo retiradas de UTIs neonatais para salvar suas vidas são chocantes, médicos, profissionais da saúde e pacientes estão em risco e sem comunicação. A incursão terrestre israelense aprofunda o genocídio e a limpeza étnica do povo palestino.

quarta-feira 15 de novembro de 2023 | Edição do dia

Após realizar um bombardeio neste domingo (12) que destruiu a área de cardiologia de Al-Shifa, após cenas da retirada de bebês prematuros de suas incubadoras e mantidos em cobertores térmicos e toalhas após o corte de fornecimento elétrico, na madrugada desta terça-feira (14), Israel invadiu o maior hospital de Gaza com suas forças armadas cometendo mais um crime de guerra.

Testemunhas descreveram nos últimos dias condições horríveis dentro do complexo hospitalar, com procedimentos médicos, incluindo partos, realizados sem anestesia, famílias com escassez de comida ou água vivendo nos corredores e o fedor de cadáveres em decomposição enchendo o ar. Uma vala comum foi aberta no hospital, onde já foram enterrados 179 corpos, informou na terça-feira o diretor do hospital, o médico Mohammed Abu Salmiya.

Ao menos nove bebês prematuros morreram depois que foram retirados de suas incubadoras por falta de energia elétrica, consequência do cerco imposto por Israel desde 9 de outubro. Além disso, 27 pacientes que estavam no CTI também morreram porque não tinham um respirador operacional.

Crianças sendo retiradas de suas incubadoras no hospital Al-Shifa

Representantes da ONU condenaram a ação israelense: "Estou horrorizado com as informações sobre operações militares no hospital Al-Shifa de Gaza. A proteção dos recém-nascidos, pacientes, profissionais da saúde e de todos os civis deve ter precedência sobre todas as outras questões", escreveu Martin Griffiths, diretor do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

Tedros Adhanom, diretor da OMS postou em suas redes sociais que "os relatos de incursão militar no hospital al-Shifa são profundamente preocupantes", informou que "perdeu novamente contato com o pessoal de saúde do hospital" e que "Estamos extremamente preocupados com a segurança deles e de seus pacientes".

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha também afirmou em um comunicado que "está extremamente preocupado com o impacto para os pacientes e feridos, profissionais da saúde e civis". "Todas as medidas para evitar quaisquer consequências sobre eles devem ser tomadas", afirmou, acrescentando que está "em contato com todas as autoridades envolvidas" e que continua "monitorando de perto a situação".

O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia também condenou a entrada das forças israelenses no Al-Shifa como uma violação do direito internacional, especialmente da Convenção de Genebra, responsabilizando Israel pela segurança dos civis e do pessoal do hospital.

O ataque ao hospital Al-Shifa é mais um episódio da política genocida israelense que afirmou através de um de seus ministros no último sábado estar lançando uma nova "Nakba" em Gaza, expulsando milhares de palestinos de seu território e que agora se intensifica com a incursão militar terrestre iniciada pelo governo de Netanyahu.




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