×

METRÔ SP | Lutar contra a terceirização do atendimento nas estações e as privatizações de Tarcísio

Contrariando o discurso oficial da empresa, a terceirização está preparando a privatização da empresa e atacando a organização sindical dos trabalhadores metroviários. Trabalhadores terceirizados recebem salários muito menores, não tem EPIs e nem período de descanso adequado. É necessário um plano de luta que unifique efetivos e terceirizados contra as privatizações de Tarcísio.

segunda-feira 15 de janeiro | Edição do dia

Hoje, 15 de janeiro, a empresa Works assumiu o atendimento nas linhas de bloqueios das estações do Metrô em São Paulo. Os agentes de atendimento, como são chamados, devem assumir parte da função do Operador de Transporte Metroviario (OTM, funcionário efetivo), qual seja, de atender a população dando informações, conduzir pessoas com deficiência e liberar o bloqueio para as pessoas que tem direito à gratuidade. Apesar do Metrô pagar para a empresa terceirizada um valor equivalente a um efetivo por cada trabalhador, o repasse aos trabalhadores terceirizados é muito menor, sendo assim eles recebem salários pelo menos 50% menores que os efetivos e o resto vira lucro da empresa terceirizada, ficando claro o objetivo do governo e do Metrô de repassar dinheiro publico para a iniciativa privada. Além disso, os terceirizados não tem os mesmos direitos e benefícios, não utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como calçado de segurança e são orientados a ficar quase 3h em pé sem descanso.

A terceirização precariza não apenas as condições de trabalho, e com isso também o atendimento para a população, mas também prepara o Metrô para a privatização, reduzindo os postos de trabalho dos efetivos e substituindo por trabalhadores mais "baratos" para a iniciativa privada. Além disso, busca minar a organização sindical dos trabalhadores, visto que os terceirizados não possuem sindicatos fortes e poderão ser assediados a participar da contingência durante as greves. Para a política privatista do governo Tarcisio e do Metrô, é fundamental enfraquecer os metroviários, que no ano passado foram linha de frente da luta contra a privatização. Eles vêm tentando intimidar a categoria através de punições, advertências, demissões e até mesmo prisões dos que lutam contra a privatização, além da tentativa de cooptar setores de trabalhadores para assumir o cargo de chefia sem concurso interno e através de gratificação, ou seja, caso façam algo que a empresa não goste, voltam ao seu cargo anterior. O objetivo aqui é claramente criar um setor de supervisores que fure greve, dada a ampla adesão desse setor às últimas greves, que impediu o funcionamento do plano de contingência. A terceirização vem para aprofundar essa política antisindical e que fere o direito de greve.

Frente a isso, temos que ser contrários a qualquer tipo de terceirização e precarização do trabalho, inclusive os trabalhadores efetivos não devem assumir nenhuma função de treinamento, orientação ou supervisão dos tercerizados. Mas é necessário deixar claro que nossos inimigos são o governo e o Metrô, com sua política de privatização e terceirização, e não os trabalhadores terceirizados. Pelo contrários, nossa luta deve ser pela integração entre efetivos e terceirizados, concretizando o programa votado no congresso da categoria de lutar para que os terceirizados tenham os mesmos direitos e salários que os efetivos, e que sejam incorporados sem necessidade de concurso público, pois já realizam todos os dias as atividades dos metroviários efetivos.

Fica claro também o erro da maioria da diretoria do sindicato em não fazer chamados para que as principais centrais sindicais ampliem a luta contra Tarcísio e confiar apenas na justiça burguesa (quando havia condições de seguir a nossa luta, apesar do isolamento promovido pela burocracia sindical) para barrar a terceirização, dado que a decisão judicial acabou sendo favorável à terceirização. Temos que confiar nas nossas forças, na nossa organização e mobilização, com apoio da população e lutando pela unidade das fileiras operárias.

Por isso chamamos a categoria a construir uma forte luta com a perspectiva de uma nova greve contra as privatizações, a terceirização e todos os ataques, reforçando a força que construímos nas ultimas 3 greves na aliança estratégica com a população (que sofre com as condicoes do transporte privatizado e o novo aumento das tarifas).

Exigimos também que as centrais sindicais CUT/CTB/Força Sindical/UGT rompam com seu atrelamento a política de privatizações (levadas a frente pelo Governo Lula Alckmin que a favorecem) e realizem assembleias nos sindicatos que dirigem, e convoquem imediatamente um plano de luta contra as privatizações de Tarcísio em SP, baseado em apoiarem a defenderem os metroviarios contra as punições e as demissões e apoiarem suas demandas.

É através da nossa luta unificada nas ruas e com nossos métodos que podemos derrotar a extrema direita e sua política privatista, lutando pela estatização de todo transporte sob controle dos trabalhadores e da população!




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias