Segundo os organizadores, cerca de 180 milhões de trabalhadores do estado e do setor privado entraram em greve reivindicando aumento no salário mínimo. Denunciam medidas privatizadoras do governo.
sexta-feira 2 de setembro de 2016 | Edição do dia
Milhões de trabalhadores participaram nesta quarta da greve em diversos pontos do país, em demanda de um salário mínimo de 270 dólares. Esta é a segunda greve deste tipo, que afronta o Governo da Narendra Modi desde que este assumiu há mais de dois anos.
Segundo informam os convocantes, uma plataforma formada por dez sindicatos e federações nacionais, cerca de 180 milhões de trabalhadores se somaram ao protesto em ao menos a metade dos 29 estados do país.
Bancos, transporte público e as dependências estatais permaneceram fechadas, e em vários estados, a greve afetou a indústrias privadas. O governo não fez ainda uma valoração do seguimento da greve que supôs a paralisação total ou parcial em diversas partes do país.
O Governo buscou na última terça-feira chegar a um acordo com os sindicatos anunciando um aumento de 42% do salário mínimo dos trabalhadores não qualificados, até as 350 rupias ou 5 dólares diários.
A medida foi vista como insuficiente pelas organizações de trabalhadores que confirmaram o chamado à paralisação. “Estas 350 rupias não são para os 470 milhões de trabalhadores (...) é somente para umas poucas centenas de milhares no estabelecimento central”, advertiu a secretária do AITUC, Amarjeet Kaur, durante o protesto em Nova Deli.
Milhares de pessoas mobilizaram-se pelas ruas da capital indiana, carregando cartazes com lemas como “Criar novos empregos” ou “Rever a subida dos preços”, e cantando palavras de ordem como “mesmo trabalho, mesmo salário”.
Strike hits normal life, workers detained in some states https://t.co/wwskRCTddg #BharatBandh pic.twitter.com/u6wUtbFljW
— Times of India (@timesofindia) 2 de setembro de 2016
Dinesh Varshney, líder do Congresso de Sindicatos de Toda a Índia (AITUC, em inglês), assegurou à agência Efe que “o Governo está fazendo reformas trabalhistas vazias, os salários mínimos não são assegurados e não dão pensão aos trabalhadores”. Criticou que as medidas governamentais e a inflação dos últimos seis meses afetaram duramente os trabalhadores.
Tomorrow India will striking for workers' rights. Don't sit back. Let's create history #StrikeHard #WorkerStrikeBack pic.twitter.com/Zi9Crq00oH
— Sourav Mukherjee (@sourav_mukherji) 1 de setembro de 2016
“As demandas não são somente dos trabalhadores, mas também das pessoas comuns”, afirmou, ao destacar entre elas um salário mínimo de 18.000 rúpias mensais (270 dólares) e o direito à seguridade social e pensões. Além disso, pedem que a privatização do setor público seja freada e um aumento no investimento estatal me setores como o transporte público.