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Movimento Operário | Metroviários de SP adiam greve e seguem mobilizados por direitos e contra a privatização 

sexta-feira 4 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Foto: EDSON LOPES JR./R7

Em assembleia com forte participação realizada no dia 1/2, os metroviários de SP decidiram por rejeitar a proposta da empresa que apenas privilegia os altos cargos, adiando o indicativo de greve para o próximo dia 08, seguindo a mobilização por uma PR igualitária, isonomia salarial e o pagamento dos steps (progressão salarial) atrasados

Os metroviários denunciam também os avanços da privatização que causam transtornos para a população de SP, como ocorreu dia 01, terca-feira, com o acidente nas obras do Metrô na Linha 6 Laranja que colocou vidas em risco e ainda segue sem ser solucionado. Também lutam contra os diversos ataques da empresa, que busca precarizar as condições de trabalho, atacar salários e adicionais, assim como contra o fechamento das bilheterias ameaçando mais de mil empregos e piorando ainda mais o atendimento para a população. 

O Metrô apresentou nova proposta de pagamento da PR (Participação nos Resultados) frente à grande mobilização que os metroviários vêm protagonizando com a retirada de uniforme desde a última quinta-feira dia 27/1 , que não contempla as reivindicações da categoria pois segue privilegiando as altas chefias do Metrô, que já ganham salários exorbitantes, cujo trabalho justamente é criar as condições e implementar a privatização de Doria, esta que causa transtornos e prejudica a população que já sofre todos os dias com a superlotação, passagens caras e caos na cidade, enriquecendo os bolsos de empresários. 

Como viemos denunciando aqui no Esquerda Diário, Doria e o Metrô avançam nas tentativas de retirar cada vez mais os direitos dos metroviários, mesmo em meio à pandemia. Ao longo desses mais de dois anos, não garantiram testes massivos, demitiram funcionários efetivos e centenas de terceirizados que recebem um máscara por semana para se protegerem. Congelaram salários e benefícios dos metroviários e estão ameaçando demitir mais de mil terceirizados das bilheterias. E enquanto isso, continuam mantendo uma cúpula de altos funcionários, que recebem supersalários acima do teto do governador de SP, e que serão beneficiados com valores de PR no mínimo 5x mais do que os metroviários da operação. E o mais absurdo, repassando valores bilionários aos empresários que administram as linhas privadas do metrô e da CPTM e que possuem uma lista de acidentes e mortes em obras do metrô nas costas. 

Por isso, a maior indignação da categoria é ter trabalhado sem parar durante toda a pandemia e ainda seguir sob ataques do governo e da empresa que mentem na mídia, dizendo que os metroviários recebem 9 mil reais por mês, quando o piso salarial de um agente de estação gira em torno de R$2300,00!

Os metroviários reivindicam o que é justo: o pagamento da PR/2019 igualitária sobre uma folha de pagamento; pagamento dos Steps atrasados, isonomia e enquadramento salarial; Fim do treinamento da Manutenção para realizar atividades da Operação; Pagamento dos descontos da Manutenção relativo à Campanha Salarial de 2021; Contra o fechamento das bilheterias, mais investimento no Metrô e abertura de concursos para reposição do quadro de funcionários para melhor atender a população. Foi aprovado também na assembleia a realização de distribuição de carta aberta no dia 7/2 e a realização de um ato contra a privatização com data e local a serem definidos posteriormente. 

É preciso fortalecer as medidas de mobilização já votadas em nossa assembleia e a partir das setoriais e reuniões de base discutir um plano de lutas unificado contra a retirada de direitos, pelo pagamento dos Steps e de nossa PR, contra o fechamento das bilheterias e a ameaça de demissão em massa dos terceirizados, em unidade com a população para fortalecer o conjuntos dos trabalhadores contra nosso inimigos comuns. 

Justiça por Moïse! 

Na assembleia os metroviarios também repudiaram o brutal assassinato do jovem congolês Moïse Kabagambe no RJ, que tem como principal responsável o seu patrão, dono de um quiosque na Barra da Tijuca. Moïse foi espancado até a morte por reivindicar o pagamento de seu salário atrasado, mostrando a real face do racismo, da xenofobia e do trabalho precário nesse país de Bolsonaro e Mourão.

É necessário que nos organizemos nas ruas exigindo justiça pelo país todo! Nós do Movimento Nossa Classe Metroviários e do Esquerda Diário nos somamos na luta por justiça à Moïse, nos solidarizamos com os familiares e amigos e estaremos presentes nos atos em repúdio a esse brutal assassinato no RJ e em SP nese sábado. E fazemos um chamado a todos os metroviários a se somarem a essa luta. 

Vidas negras importam! Justiça para Moïse!




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