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Governo Lula-Alckmin | Ministro da Fazenda de Lula-Alckmin, Haddad não garante aumento prometido do salário mínimo

Nessa quinta (12) Fernando Haddad, Ministro da Fazenda do governo Lula-Alckmin, declarou que será necessário refazer as contas do INSS para avaliar os impactos nos recursos do governo destinados ao salário mínimo. Enquanto isso, o anúncio coletivo que aumentaria de R$1302 para R$1320 foi suspenso.

sexta-feira 13 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Depois de amargar 4 anos de carestia de vida sob o governo Bolsonaro, os trabalhadores não poderão contar com o reajuste do salário mínimo prometido por Lula. Segundo declarações do ministro da fazenda, esse mês a fila do INSS começou a andar e consumiu os recursos que seriam destinados ao novo aumento do salário mínimo. Ele alega que os 6,8 mílhões dotados seriam insuficientes para um aumento maior, e por enquanto deve manter o valor de R$1302, reajustado ainda em dezembro pelo governo Bolsonaro. Haddad defendeu que esse reajuste foi de 7,4%, portanto 1,6% acima da inflação do ano, que foi de 5,79%, e que por isso o compromisso de campanha de Lula já estava cumprido. Porém, na campanha eleitoral Lula havia prometido um aumento maior. A previsão de Luiz Marinho, ministro do trabalho, era de que o reajuste chegasse aos R$1320. Agora Lula deve se reunir com as centrais na próxima quarta (18), para renegociar.

É notório, no entanto, que enquanto o compromisso com o aumento do salário mínimo é facilmente protelado, os compromissos com a burguesia nacional e internacional, com os banqueiros e com a direita golpista, são priorizados. Como deixou claro o economista chefe do Banco Mundial Felipe Sichel, o aumento do salário mínimo poderia causar uma pressão inflacionária que seria ruim para a economia. Por outro lado, não vemos nenhum questionamento ou declaração sobre o pagamento dos juros da dívida pública, que esse ano deve bater os 3 trilhões de reais, ou do teto de gastos que deve ser mantido para destinar recursos aos banqueiros.

Na verdade está claro que o governo Lula-Alckmin, cedendo às manifestações da direita golpista, da burguesia e dos banqueiros, pretende manter a responsabilidade fiscal mesmo que isso signifique arrocho salarial para os trabalhadores. Uma das saídas aventadas para angariar recursos para o aumento do salário mínimo, o fim da prorrogação dos benefícios fiscais para combustíveis, foi descartada porque o governo considerou que, frente às manifestações bolsonaristas, poderia prejudicar a sua popularidade.

Já passou da hora das centrais sindicais como a CUT e CTB romperem com a paralisia e com o compromisso com o governo de conciliação da frente ampla e convocarem uma mobilização nacional em defesa do reajuste automatico do salário mínimo de acordo com o aumento do custo de vida, contra o arrocho salarial e pela revogação integral das reformas trabalhista e da previdência. Apenas a mobilização independente da classe trabalhadora pode impor um programa de redução da jornada de trabalho sem redução de salário, lutando pela divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados para garantir emprego e salário digno para todos, atacando os lucros capitalistas.




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