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ENTREVISTA | Neli Wada, Diretora do Sintusp fala sobre a mobilização na USP

terça-feira 19 de maio de 2015 | 00:30

Em entrevista dada ao Esquerda Diário, Neli Wada fala do mobilização na USP, frente aos ataques da reitoria e do governo de Alckmin. Diretora do Sintusp, Neli faz parte da “velha guarda” da categoria que, orgulhosamente, mantém a tradição de luta da classe trabalhadora.

Abaixo, o relato feito durante o ato de 14 de maio em frente ao prédio onde se reuniam o Fórum das Seis, entidade que congrega associações de professores, sindicatos e DCEs das três universidades estaduais paulista, e Cruesp, conselho de reitores das universidades estaduais paulistas. Ela falou sobre a luta pelos Hospitais Universitários, pelas creches e pela própria Universidade.

“Hoje é mais um dia de luta na Universidade de São Paulo, não somente na USP, mas também na Unesp e Unicamp. Mais um dia de luta em defesa da universidade publica, gratuita e de qualidade, contra a privatização, contra o avanço do processo de terceirização e a diminuição dos nossos postos de trabalho como ocorreu com a implementação do PDV que fecharam 1382 postos de trabalho.

A Luta contra o desmonte dos Hospitais Universitários
É um dia de luta em defesas dos hospitais universitários. Os hospitais universitários, pouco se fala nisso é o único instrumento da área de saúde que pode proporcionar a população pobre as altas tecnologias descobertas para a medicina em busca da saúde do ser humano. Vem uma ataque contra todos os hospitais universitários onde os governos entendem que sucatear os hospitais e entregar pra iniciativa privada será a solução. Eu digo inciativa privada porque ele vem com uma política de autarquização, e essas autarquias sempre são entradas para fundações. A Unesp separou o hospital, autarquizou e entregou para a administração da Famesp (FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO HOSPITALAR).

O que mudou? Mudou alguma coisa? Não! Não mudou nada, ainda falta verba, falta contratação de funcionários, falta equipamentos, o processo de terceirização, ele se intensifica. Através das fundações eles abrem a segunda porta, e essa segunda porta a população tem que saber o que é: é a porta por onde o hospital cobra pela assistência médica, cobra pelas internações cobra pelos exames. Essa luta tem que continuar e esse dia é um dia de luta em defesa dos hospitais universitários.

Um reitor que não é comprometido com a infância nem com a juventude
Nós temos nossas creches, infelizmente nos podemos falar com todas as letras, sem medo de errar e de caluniar: nós temos um reitor que não é comprometido com a infância nem com a juventude. Com a infância não é comprometido por que, como um grande intelectual que é deveria saber que hoje a violência aumento em nosso país pela falta de educação e começa pelas creches. O que a gente vê é um reitor que tem conhecimento de toda essa conjuntura e mesmo assim fecha 179vagas de creche. É o reitor que não é comprometido com as questões das mulheres, é um reitor que não é comprometido com a infância e, vamos concluir, não é comprometido com a juventude.

Quando você coloca a universidade nos trilhos, rumo à privatização, você quer continuar mantendo uma educação elitista uma educação que segrega aquele que não pode pagar, e é sobre tudo contra isso que a gente luta.

Tem uma pergunta que todos os anos a gente ouve: Nossa, vocês lutam todos os anos, por que isso? Porque é necessário lutar!

Nós lutamos todos os anos e ainda a gente se encontra, é verdade, um pouco melhor que outras categorias, mas convivemos bastante com pesadelos, com corte de emprego, demissões, criminalização dos movimentos sociais, , políticas nefastas contra a universidade publica gratuita de qualidade, agora imagine se a gente não lutasse,

Eu costumo dizer que lutar não é crime, lutar é ter dignidade.
Os melhores dias da minha vida, os dias que eu fui mais feliz foram os dias em que eu lutei.




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