Anderson Torres, novo ministro da Justiça de Bolsonaro, vai mudar o diretor-geral da Polícia Federal.
terça-feira 6 de abril de 2021 | Edição do dia
Foto: Afonso Ferreira/G1
Essa será a quarta mudança na chefia da PF desde a posse de Bolsonaro e o cargo já esteve no epicentro de crises políticas, quando vazou o vídeo da reunião ministerial ano passado e Bolsonaro travou uma forte batalha contra o então ministro da Justiça, Sergio Moro, para mexer os pauzinhos em defesa de seus filhos.
O atual chefe da PF é Rolando de Souza, nome indicado pelo próprio presidente após Alexandre Ramagem ser impedido de assumir o cargo por veto do STF. Na época, Ramagem foi escolhido à dedo por conta de sua relação próxima com a família Bolsonaro.
A intenção era colocar alguém próximo na chefia da polícia para garantir que nenhuma investigação avançasse contra seus filhos. Levantava-se também a hipótese de impedir que investigações como a do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes pudesse chegar no condomínio Vivendas da Barra. A chefia da PF, portanto, é de interesse pessoal do presidente.
O novo ministro da Justiça, indicado na nova reforma ministerial, já foi acusado anos atrás de tortura e sequestro e, na chefia da PF do DF, atuou próximo ao presidente. Os nomes aventados nesse momento são o próprio Ramagem (que atualmente está na direção da ABIN). Mas outros nomes também estão na lista, como Cairo Duarte, Márcio Nunes e Alexandre Saraiva, os três superintendentes respectivamente de Minas, Brasília e Amazonas. Alexandre Moretti, atual secretário-adjunto de Segurança Pública do DF, também é ventilado em Brasília.
Anderson Torres afirmou que irá escolher o novo nome amanhã, quarta-feira, e também deve escolher o novo nome da Polícia Rodoviária Federal.