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8M | Pão e Rosas defende independência política e de classes, e um 8M democrático em SP

Acompanhe a batalha das companheiras do grupo de mulheres Pão e Rosas pela democracia, independência política e de classes dentro do movimento de mulheres na construção do 8 de Março em São Paulo.

Pão e Rosas@Pao_e_Rosas

domingo 5 de março de 2023 | Edição do dia

Estamos às vésperas do primeiro 8 de março após quatro anos de um governo de extrema-direita, que atuou diariamente para atacar as mulheres, LGBTQIAP+, negros e todo conjunto da classe trabalhadora. É o primeiro dia internacional de luta das mulheres em meio ao governo Lula-Alckmin, um governo que, sob a justificativa de derrotar o fascismo, aliou-se com setores da direita institucional, inclusive os golpistas, com empresários e burgueses de todo tipo, como os que compõem a FIESP e a FEBRABAN, e já mostrou nesses primeiros dois meses de gestão que não irá revogar ataques e reformas que foram aprovados ao longo dos governos Temer e Bolsonaro.

Também a realidade já mostrou, com o último 8 de janeiro, que derrotar Bolsonaro nas urnas não é o suficiente para acabar com o bolsonarismo e as forças de extrema-direita: é preciso derrotá-los nas ruas, com nossa organização e nossos métodos de luta.

É em meio a esse cenário que vieram se dando, desde o início de janeiro, às reuniões de construção do 8M, as quais nós do Pão e Rosas estivemos presentes e contribuímos com todos os debates em todos os locais onde estamos. Em São Paulo participamos de todas as reuniões, apresentamos e defendemos abertamente nossa política, reivindicando a construção de um forte movimento de mulheres que seja independente dos governos e das instituições, que se auto-organize sem nenhuma confiança de que nossos direitos serão garantidos pelo novo governo do PT, que nos 13 anos que esteve no poder não legalizou o aborto, uma pauta histórica do movimento feminista, e ainda avançou em políticas que precarizam ainda mais a vida das mulheres trabalhadores, como foi com o enorme aumento da terceirização que tem rosto de mulher negra no Brasil ocorrida nos anos de governos petistas. Não podemos depositar nossas forças na esperança em um governo que hoje apoia o golpe no Peru e inclusive envia armas para que o governo golpista reprima e assassine mulheres indígenas que estão há meses nas ruas lutando pela queda de Dina Baluarte.

Veja a declaração do Pão e Rosas para o 8M: Por um 8 de março independente do governo e do Estado capitalista: colocar de pé a força das mulheres trabalhadoras!

Foi por defender esse discurso de independência do governo e do Estado capitalista que grupos como nós do Pão e Rosas, a CST, o PSTU e o POR fomos vetados de ter um espaço de fala no carro de som do ato, uma exclusão política que não pode ser entendida de outra forma. A partir de manobras burocráticas e distorções das posições em prol da defesa incondicional do governo Lula-Alckmin, PT, PCdoB, Marcha Mundial de Mulheres, setores do PSOL como a Primavera, MNU e UP votaram “priorizar” a fala para quem não questiona nem denuncia o governo em suas contradições, o que na prática significa um veto de silêncio para calar mulheres que se colocam na linha de frente do combate contra a extrema-direita, mas também não confiam que o novo governo federal garantirá nossos direitos e demandas mais mínimas e históricas, setores que defendem a auto-organização das mulheres trabalhadoras e estudantes confiando na força e nos métodos de luta da nossa classe.

Inclusive setores como a UP se colocaram nesta reunião de forma bastante didática sobre sua atuação na política: discurso de socialismo em abstrato e defesa categórica de que é preciso fortalecer o governo petista, que quem que se coloca em oposição à essa saída institucional se cola ao fascismo com o qual flerta a extrema-direita bolsonarista.

Travamos essa batalha pela democracia no movimento de mulheres, defendendo que não se aprovasse nenhum veto, nem critérios de prioridade que silenciam trabalhadoras em seu dia internacional de luta, e seguiremos nas ruas lutando por um 8M independente do governo, sem nenhuma confiança nas instituições do Estado capitalista, exigindo das Centrais Sindicais como a CUT e a CTB e das entidades estudantis como a UNE, que organizem a luta em cada local de trabalho e estudo para lutar pela revogação de todas as reformas, pelo nosso direito ao aborto legal, seguro e gratuito, e em defesa e solidariedade às mulheres peruanas que seguem nas ruas. Conforme defendemos em nossa declaração, “defender um feminismo socialista hoje é batalhar pela independência política de toda a classe trabalhadora, pela organização desde a base de nossos locais de trabalho e de estudo, por cada demanda das mulheres e também pelas demandas do conjunto da nossa classe, que no Brasil é uma maioria de mulheres e negros, e é a única classe capaz de transformar as raízes dessa sociedade, abrindo caminho para um mundo livre de opressão e exploração.”

Abaixo socializamos as intervenções de Fernanda Peluci, trabalhadora metroviária e diretora do Sindicato dos Metroviários pelo MRT e de Grazi Rodrigues, professora municipal em São Paulo, na última reunião de organização do 8 de março em São Paulo:

Veja também: EDITORIAL MRT




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