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Crônica | Pequenos lutadores: alunos de 12 anos escrevem cartas de apoio à luta dos metroviários de SP

Os Davis, as Aninhas, Valentinas, Pedros, Sophias, os sonhadores mais genuínos levantam os cartazes da luta!

Larissa RibeiroMetroviária de SP e e militante do Mov. Nossa Classe e Pão e Rosas

segunda-feira 12 de junho de 2023 | Edição do dia

Aquele parecia mais um dia comum, vendo andar pra lá e pra cá milhares e milhares de trabalhadores, alguns com raiva, outros felizes, ou nervosos, um tanto ansiosos, até mesmo sem expressão, olhando pra baixo, subindo e descendo as escadas rolantes, naquela rotina diária maçante que o sistema do capital nos reserva, parecia mais um dia comum de uma rotina cinza, que dita o tom da selva de pedra. Só parecia.

No mesmo celular que às vezes vira a nossa única fonte de distração, eis que irrompe como uma explosão de cores um monte de desenhos e mensagens e fofuras de criancinhas de 12 e 13 anos apoiando a última (ou melhor, a mais recente) luta que nós metroviários travamos com tanta determinação, com unidade entre nós e, de forma exemplar e eufórica, com extrema aliança com a população trabalhadora que, como a gente, dá o sangue pra comer o pão de cada dia.

Os Davis, as Aninhas, Valentinas, Pedros, Sophias, os sonhadores mais genuínos levantam os cartazes da luta.

“O metrô de São Paulo deve SIM ter greve”
“O metrô devia ser de graça”
“Os metrôs precisam de mais funcionários”
“Eu concordo com essa greve, pois, além de ser pelo direito dos metroviários, é pelo direito da população”

Agora dá pra entender bem porque a educação é alvo de ataques, vide a reforma do ensino médio. São potenciais ameaças à vida sem brilho.

Esse brilho que só a luta nos apresenta, o brilho de decidir o próprio destino, o brilho de saber e passar para as próximas gerações o mundo real, como ele de fato é, sejam as misérias cotidianas ou o potencial gigantesco que a humanidade carrega. E que grande papel têm os professores nisso!

São mensagens como essas que injetam confiança nas nossas forças, nos nossos métodos de luta, que mostram que se a classe trabalhadora não possui fronteiras, não serão as catracas que nos separarão. Não será também a cor ou o gênero, por isso lutamos pela efetivação de todas as terceirizadas que mantêm o “metrô mais limpo do mundo”, sem necessidade de concurso público.

Essa breve crônica é uma homenagem à cada uma dos pequeninos seres que nos enchem de orgulho e moral, e para cada mãozinha que manejou um lápis colorindo nossa luta, seremos milhares de punhos erguidos, incansáveis batalhadores de uma só classe, de uma só luta, seja aqui ou em Porto Alegre, sejam os metroviários ou as terceirizadas da USP, as professoras do DF ou trabalhadores de apps, pois só com nossa unidade vamos garantir um transporte público e de qualidade, à serviço da população e ir muito além do que podemos imaginar.

Fique agora com cada um (mais inspirador que o outro) dos desenhos feitos em nossa homenagem e apoio:




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