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FRENTE POVO SEM MEDO | Porque não iremos no ato das mulheres da Frente Povo Sem Medo em Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, a Frente Povo sem Medo tenta transformar as demandas das mulheres pela legalização do aborto, pelo direito ao próprio corpo e contra o PL 5069 em "Fora Cunha", blindando o governo Dilma e desvalorizando a pauta das mulheres que tomaram às ruas em todo o país.

domingo 8 de novembro de 2015 | 10:14

O segundo ato que seria contra o PL 5069 e pela legalização do aborto em Belo Horizonte - MG está sendo convocado para hoje, 08/11, no mesmo local e horário do ato convocando pela Frente Povo Sem Medo (FPSM), que tem como consigna central (e quase única) o "Fora Cunha" que também ocorrerá em 13 cidades do país como capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, e outras.

O presidente da Câmara de Deputados Eduardo Cunha representa os setores reacionários do Congresso que atacam os direitos das mulheres, LGBT, juventude e da classe trabalhadora, mas a FPSM ao colocar em pauta a luta contra o avanço do conservadorismo sem denunciar que este avanço ocorre devido a aliança com o PT todos esses 13 anos de governo, acabam lavando a cara do governo Dilma. A unificação do ato do PL 5069 e pelas demandas das mulheres com a mobilização nacional da FPSM centrada no Fora Cunha, vai poupar o governo Dilma que negocia com a direita como aplicar o ajuste fiscal e mantém o aborto ilegal todos esses anos, fazendo com que as demandas das mulheres sejam diluídas na defesa do governo.

O Esquerda Diário conversou com Flávia Vale, professora em Contagem-MG dirigente do grupo de mulheres Pão e Rosas:

Na última semana as mulheres saíram às ruas para lutar contra o PL 5069 e exigir o direito de decidirmos sobre os nossos corpos através da legalização do aborto. Setores que compõe a FPSM como o MÊS/PSOL, estão defendendo que todo o grande movimento de mulheres que ocorreu na última semana esteja centrado no Fora Cunha. A decisão das governistas da Marcha Mundial de Mulheres e mulheres do PSOL de confluir o ato pelas demandas das mulheres com a mobilização nacional da FPSM é fazer com que nossas demandas sejam abafadas e engrosse o ato da FPSM com o centro no Fora Cunha, poupando assim o governo Dilma e não fazendo avançar um forte movimento que de fato possa impor a derrota do PL 5069 e lute pela legalização do aborto. Esta operação por parte das governistas está ocorrendo nacionalmente e apesar de fazerem um discurso em defesa da legalização do aborto, sabemos que não podem levar adiante esta luta pois precisariam se confrontar contra o próprio governo Dilma.
Não iremos neste ato pois não vamos ser coniventes com toda esta operação transformando o grande movimento pelas demandas das mulheres numa defesa do governo petista, que tanto nos ataca com manter o aborto ilegal todos esses 13 anos.
Por isso achamos um erro que setores da esquerda como o PSTU, que dirige o Movimento Mulheres em Luta (MML), movimento do qual também integramos, se adapte à esta política e vá em um ato que será hegemonizado pela política da FPSM em Belo Horizonte.
Precisamos continuar a grande mobilização das mulheres que tomou várias cidades do país. Estamos próximo do dia 25 de novembro, dia internacional contra a violência contra as mulheres, e devemos construir uma forte mobilização nacional nos locais de trabalho e estudos para ganhar as ruas através de um movimento de mulheres independente do governo Dilma e da direita conservadora, para barrar o PL 5059, arrancar o direito ao nosso corpo e dar um basta de mortes de mulheres com a legalização do aborto. Também devemos gritar Nenhuma a Menos junto as mulheres argentinas, e seguir o exemplo das mulheres de Madrid na Espanha, que no dia de hoje (7) saíram as ruas gritando, basta de violência contra as mulheres
”!

Neste momento que a Frente Povo Sem Medo está defendendo o Fora Cunha e assim poupando o governo do PT, ocorre uma tragédia causada pela sede de lucro dos capitalistas da Semarco e da Vale, com conivência do governo Pimentel (PT), em que milhares de famílias tiveram suas vidas e casas arrasadas com o rompimento da barragem. Mães estão sofrendo com o desaparecimento de seus familiares e com a perda de seus filhos, como a do menino Thiago de 7 anos.

Flavia finalizou: “Iremos para Mariana levar a solidariedade do Pão e Rosas e oferecer o Esquerda Diário para mostrar exatamente o que ocorreu dando voz aos moradores e trabalhadores de Mariana. Setores como o PSOL na FPSM deveriam estar se mobilizando não para poupar o governo Dilma e sim denunciar o governo Pimentel do PT e a Semarco e a Vale, responsáveis por esta tragédia e exigir uma apuração organizada por sindicatos e organizações de base dos trabalhadores e moradores, de forma independente dos interesses das mineradoras e das gigantes nacionais e internacionais”.

Veja nossa posição sobre a Frente Povo sem Medo aqui, aqui e aqui.




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