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Crise ambiental | São Paulo amanhece com fumaça após agosto com maior desmatamento da história na Amazônia

Agosto registra o maior acumulado de alertas de desmatamento da história, com 1.661 km², com Bolsonaro registrando nos seus três anos de governo acumulados de alertas superior a 8 mil km² com o avanço do agronegócio. As queimadas começam com o avanço do clima mais seco e São Paulo amanhece com nevoeiro e cheiro de queimado.

sexta-feira 9 de setembro de 2022 | Edição do dia

Imagem: César Ferreira Soares - São Paulo/SP

Hoje a cidade de São Paulo amanheceu com nevoeiro cinza e cheiro de queimado em bairros da Zona Sul, Norte e Leste. A fumaça pode ser consequência do clima seco, da poluição automobilística e das fábricas, mas após o agosto com maior desmatamento da história, é possível que seja fumaça das queimadas que avança sobre o estado de São Paulo.

Segundo os registros do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), o acumulado de alertas de desmatamento em agosto foi de 1.661 km², segundo pior agosto registrado pelo Inpe, perdendo apenas para 2019, quando o número foi de 1.714 km².

Nos três anos de governo Bolsonaro os alertas ficaram acima da marca de 8 mil: em toda a série de 2021-2022 o acumulado de alertas foi de 8.590 km², uma queda de 2% em relação a 2020-2021. O ano de 2022 registrou a maior taxa de alerta para um primeiro semestre em sete anos de medição da Amazônia Legal.

Segundo o Observatório do Clima, o avanço do clima seco após o primeiro quadrimestre de muita chuva, dá a oportunidade de queimar a floresta derrubada no ano passado, que registrou a maior taxa de desmate em 15 anos. Entretanto, apesar do clima chuvoso, que geralmente diminui as taxas de desmatamento, os números do começo desse ano se comparam com a estação seca de outros anos: em janeiro foram 430,44 km² de área sob alerta de desmatamento, a média para o mês entre 2016 e 2021 é de 162 km².

Os números altos registrados durante o governo Bolsonaro não é surpresa, já que o atual governo mantém a sua base no agronegócio e incentiva o desmatamento e o garimpo ilegal. Esse setor, entretanto, foi fortalecido durante os anos de governo do PT e foram responsáveis pelo golpe de 2016, pela eleição de Bolsonaro e pela destruição recorde da Amazônia e dos povos originários. É necessário lutar contra a destruição do meio ambiente e contra a perseguição dos povos indígenas, mas o único meio de fazê-lo é por meio da força e organização da classe trabalhadora, sem aliança com a direita e esses mesmos setores que atacam a população hoje.




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