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Greve | Todo apoio à greve dos servidores das universidades federais contra o arrocho salarial do governo de frente ampla de Lula-Alckmin

Nesta segunda-feira (11), vimos os técnicos-administrativos em Educação (TAEs) de diversas universidades deflagrando greve contra a ausência de reajuste salarial, reestruturação em sua carreira e desvalorização da educação. Já foram deflagradas greves em cerca de 60 universidades e institutos federais.

Julia CardosoEstudante de Ciências Sociais da USP

terça-feira 12 de março | 14:00

De forma geral, os técnicos reivindicam reajuste salarial, recomposição de perdas, visto que estão sob um déficit inflacionário de 53% em seus salários desde o golpe institucional e reestruturação do plano de carreira da categoria de técnicos-administrativos em educação.

Conforme afirma o sindicato de Trabalhadores em Educação da UFF, "Hoje, temos 53% de perdas inflacionárias acumuladas dos últimos anos. Também não houve avanço na reestruturação do PCCTAE [Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação]. Além disso, permanece a política de contingenciamento de recursos do orçamento federal, que afeta em cheio diversas áreas do serviço público, como a Educação. Por esses motivos, a nossa categoria unida votou pela greve, pois o momento é grave”

A luta dos TAEs vêm, no último período, de um histórico de uma série de reuniões com o governo federal, nas quais as suas reivindicações não foram atendidas. O Ministério da Gestão e Inovação propôs reposição salarial zero em 2024, apenas reajuste em auxílios - o qual não contempla os trabalhadores aposentados - e 9% de reposição de salário em duas parcelas (2025 e 2026). A proposta foi negada pelos sindicatos e deflagrou-se greve, sendo que em alguma universidades a greve já se iniciou ontem, como é o caso da UFPE, e em outros caso está com início indicado, como é o caso da UFRGS em que a greve está prevista para se iniciar no próximo dia 18.

Como corretamente denunciado, inclusive no panfleto de greve dos servidores da UFPE, a ausência de reajuste e desvalorização dos trabalhadores da educação, ocorre em meio a um reajuste que pode chegar a 48% para a Polícia Rodoviária Federal, ou seja, enquanto aqueles trabalhadores que sustentam a universidade, permitindo que os alunos possam estudar, têm seus direitos e reivindicações negados, a força repressiva do Estado é valorizado e beneficiada com aumentos.

Dado isso, vamos agora ver quais medidas do Governo Lula-Alckmin fortalecem essa medida de precarização da educação. Afinal, qual a relação do Governo Federal com a greve dos técnicos-administrativos?

É preciso apontar que, em relação ao governo Bolsonaro, o governo de frente ampla de Lula-Alckmin não se propõe a revogar a reforma trabalhista, a qual aprofunda o nível de precarização do trabalho. Tão pouco reverteu os cortes bilionários que ameaçavam o fechamento de grandes universidades federais, como é o caso da UFRJ. Isso tudo sem falar no ataque à permanência estudantil advinda desses cortes, ameaçando a continuidade dos estudantes pobres e oprimidos nas universidades públicas. Além disso o governo de Lula-Alckmin também é responsável pelo arcabouço fiscal, que limita gastos de serviços públicos essências, afetando diretamente o reajuste salarial dos servidores públicos, tal como está ocorrendo agora.

É urgente expressarmos todo apoio à greve dos trabalhadores das universidades federais, pois é esse setor que sustenta as universidades. É necessário que os estudantes se unifiquem aos trabalhadores e fortaleçam a greve nas 60 universidades e institutos federais, para isso é fundamental que as entidades estudantis, UNE e grandes centrais sindicais, como CUT e CTB, cerquem de solidariedade essa greve nacional e fortaleçam a mobilização dos trabalhadores grevistas.




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