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MORTE NA PETROBRÁS | Trabalhador morre depois de ser assediado a trabalhar 48 horas na Petrobrás

sábado 7 de novembro de 2015 | 02:30

Na manhã desta sexta-feira (06), o supervisor Pedro Alexandre Bagatin, 48 anos, morreu após infarto, ao trabalhar 48h seguidas na refinaria Repar na região metropolitana de Curitiba, Pedro trabalhava na equipe de contingência da refinaria. Para manter a produção a empresa adota uma medida claramente anti-sindical e ilegal, com o chamado "plano de contingência", no qual a empresa obriga um determinado número de trabalhadores a se manterem em seus postos de trabalho, às custas, da saúde e inclusive, de suas próprias vidas.

A responsabilidade da morte do petroleiro Pedro é inteiramente da Petrobrás. No marco da maior greve nacional dos petroleiros desde 1995, uma greve que ganha força e que se aproxima de um impasse em que a empresa vem tomando medidas anti-sindicais - veja nota aqui - ,a empresa, para furar a greve, vem obrigando e assediando os trabalhadores a ficarem indefinidamente trabalhando. Isto em detrimento da saúde e da vida destes petroleiros que estão sob a pressão constante da empresa o que também ocorre às custas de enormes riscos ao meio ambiente (devido aos riscos de acidentes), tudo isto, para manter as unidades de produção funcionando e garantir os lucros aos acionistas da Petrobrás.

Abaixo, o Esquerda Diário reproduz nota do site da Federação Única dos Petroleiros - FUP - sobre a morte do petroleiro Pedro Alexandre Bagatin, 48 anos, membro da equipe da contingencia da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná):

Pressão da Petrobrás para impedir greve leva à morte supervisor na Repar

A irresponsabilidade dos gestores da Petrobrás, ao tentar manter a produção a qualquer custo durante a greve dos petroleiros, delegando a operação das unidades a equipes de contingência insuficientes, fez sua primeira vítima. O supervisor de mecânica, Pedro Alexandre Bagatin, 48 anos, que integrava a equipe de contingência da Repar, infartou na noite de quinta-feira, 05, dentro da refinaria e faleceu na manhã desta sexta-feira (06).

A FUP e seus sindicatos lamentam o ocorrido e se solidarizam com a família do petroleiro. O movimento sindical tem denunciado desde o início da greve os riscos que os gestores da Petrobrás vêm expondo os trabalhadores. O Comando de Greve da FUP e o Sindipetro-PR/SC convocam a categoria e os movimentos sociais para um ato político no domingo (08), em frente à Repar, em protesto contra a insegurança e as arbitrariedades da Petrobrás.

A FUP buscou todas as formas de negociação de um acordo com a empresa para cumprimento da Lei de Greve, estabelecendo cotas de produção e efetivos mínimos para garantir as necessidades imediatas da população e a segurança dos trabalhadores e das comunidades vizinhas às refinarias, terminais, usinas e termelétricas. A Petrobrás, não só se recusou a negociar, como nem sequer compareceu à audiência com o Ministério Público do Trabalho, no último dia 29.

Os sindicatos continuam denunciando as condições inseguras de trabalho das equipes de contingência, que, em várias unidades, estão trabalhando há mais 72 horas. Já houve incidentes graves na Lubnor (CE) e na Recap (SP). As gerências, no entanto, têm se recusado a negociar a substituição desses trabalhadores e a garantia de cotas de produção, como prevê a Lei de Greve.

A FUP, portanto, orienta todos os petroleiros que integram as equipes de contingência que somem-se à greve, fortalecendo o nosso movimento, e entreguem os seus postos de trabalho. Nossa luta é também por segurança e recomposição de efetivos. Só este ano, já são 20 trabalhadores mortos em decorrência da insegurança.

A greve dos petroleiros é um direito humano e constitucional.Não vamos permitir que os gestores da Petrobrás continuem colocando a produção acima da vida.

Fonte: FUP http://fup.org.br/greve-2015/item/18507-pressao-da-petrobras-para-impedir-greve-leva-a-morte-supervisor-na-repar




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