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Não consigo respirar! | Trabalhador negro morre durante abordagem de seguranças da empresa CCR do metrô de Salvador

Uma cena que novamente se repete. Um homem negro tem seu pescoço e suas costas pressionados pelos joelhos, dessa vez de seguranças da empresa francesa CCR, responsável pelo sistema metroviário de Salvador.

sábado 20 de janeiro | Edição do dia
Foto: Reprodução redes sociais

Na estação Acesso Norte, do metrô de Salvador, controlado pela empresa CCR que lucra bilhões administrando sistemas metroviários e rodoviários, Edmar Santos Costa Moreira, de 38 anos e pai de três filhos, foi abordado, imobilizado e, já algemado, como dá pra ver nas imagens fortes das câmeras de segurança, teve seu pescoço asfixiado pelos seguranças da CCR.

De acordo com a família de Edson, a CCR nem ao menos informou para qual hospital Edson foi levado. A família o achou somente 12 horas depois, quando a irmã e o pai foram procurar já no IML.

Os advogados afirmam que absolutamente nenhum órgão ligou para a família, apesar de Edson, que trabalhava como porteiro, estar com seus documentos. Os parentes apenas começaram as buscas porque os chefes dele ligaram informando que não havia aparecido no trabalho.

As autoridades ainda nem ao menos informaram a causa da morte, que já se sabe que foi por parada respiratória.

Uma cena que durou alguns segundos e que lembra o caso George Floyd, que desesperado, sem conseguir respirar e implorando pela sua vida, foi estrangulado e asfixiado pela polícia, que sorria enquanto ficava por 10 minutos ajoelhada sobre o pescoço de Floyd.

Uma cena que lembra também de 500 anos de história de opressão, apenas por ser negro neste país fundado sobre a escravidão. Uma cena que se repete nas periferias, a botina da PM e dos capachos dos capitalistas sobre pescoços negros, indígenas, mulheres, pobres e trabalhadores.

Reportagem do The Guardian afirmou em 2022 que no Brasil, havia “um George Floyd a cada 23 minutos”. Georges Floyds que morrem sob a desculpa de “guerra às drogas”, que na verdade significa o controle da população pobre, morte de inocentes e chacinas contra a população negra. E o Estado é completamente responsável, seja fortalecendo a repressão, como fez o governo Lula recentemente na Bahia, enviando R$ 20 milhões só para repressão no Estado, ou também acobertando as empresas, os capitalistas e os verdadeiros responsáveis e interessados por esse cenário.

É preciso exigir justiça por Edson e todos aqueles que sofrem com a opressão racial e são mortos de forma completamente brutal e banal, expressões das feridas estruturais do país, a exploração e o racismo. Um trabalhador que às 5h da manhã estava indo trabalhar e é simplesmente morto. Uma vida que para o Estado e para os capitalistas não valem nada e são descartáveis.




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