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Pelo Mundo | Trabalhadores e estudantes se organizam pelo fim do envio de armas e pelo fim dos acordos com o Estado de Israel

Um mês após o início dos bombardeios indiscriminados de Israel contra o povo Palestino, que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas para se solidarizar com Gaza, portuários paralisam o envio de armamentos à Israel, mineiros impedem o carregamento de metais e estudantes italianos ocupam sua universidade em apoio à Palestina.

quarta-feira 8 de novembro de 2023 | Edição do dia

Bloqueio no porto de Tacoma (EUA): Ellen M. Banner / The Seattle Times

O Estado de Israel busca submeter os palestino a um “castigo coletivo”, bombardeando e invadindo a Faixa de Gaza, ocupando e reprimindo a população da Cisjordânia, incluindo a prisão da jovem Ahed Tamimi, símbolo da luta palestina e dos bombardeios no Sul do Líbano. Frente a isso, centenas de milhares de pessoas pelo mundo têm saído às ruas para prestar solidariedade ao povo palestino, com manifestações massivas no Oriente Médio e na Europa. Egito, Turquia, Líbano, Inglaterra, França e até os Estados Unidos tem tido protestos massivos.

Eles se que se chocam com os interesses imperialistas e todo cerco midiático que legitima a ação de Israel, enfrentam a repressão policial, perseguição estatal e de grupos sionistas. Recentemente a deputada argentina Myriam Bregman, e candidata a presidente pela Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, foi alvo de ameaças e perseguições de grupos sionistas ligados a Javier Milei, político da extrema-direita, o que prontamente foi respondido com uma forte campanha internacional em solidariedade à Bregman.

Protesto em Londres

Veja mais em: Centenas de milhares de manifestantes na Europa, Estados Unidos e outros países contra os ataques de Israel em Gaza

O repúdio aos ataques de Israel contagiou setores de trabalhadores que hoje se mobilizam em solidariedade a Palestina e pelo não envio de armas e matérias-primas para armamentos para Israel.

Os portuários de Barcelona seguiram o caminho dos portuários belgas e decidiram interromper qualquer carregamento de armas com destino a Israel. No mesmo comunicado, apontam o papel da ONU, que na últimas semanas teve sua relação diplomática tensionada com Israel, mas que desde 1948 mantém uma posição de cumplicidade e permissividade com o Estado sionista de Israel, atitude mantida até a atualidade, denunciada pelos estivadores.

Na Colômbia, mineiros exigem o embargo às exportações de carvão, metais e minérios para Israel. No comunicado, os trabalhadores relembram que os acordos comerciais entre a Colômbia e Israel incluíram, historicamente, o treinamento militar oferecido pelo Estado de Israel para os grupos paramilitares de extrema-direita que perseguiram os sindicatos e movimentos de esquerda no país, resultando em 465 mil assassinatos, 120 mil desaparecidos e 6 mil execuções extrajudiciais.

Nos Estados Unidos os trabalhadores da Amazon exigem o fim da cumplicidade da empresa com os ataques ao fornecer serviços de telecomunicação e de inteligência artificial. Os trabalhadores denunciam os graves crimes feitos pelo exército israelita com apoio de produtos da Amazon, como o projeto Nimbus de dados em nuvem, orçado em mais de 1 bilhão de dólares. Os trabalhadores ainda fazem um chamado para outros trabalhadores do ramo aderirem ao movimento.

Piquete na Amazon

Na costa Oeste, manifestantes bloquearam as entradas dos portos de Tacoma e Oakland para impedir o envio de armas por via marítima a Israel. Também fecharam a entrada da fabricante aérea Boeing, que fornece aviões para as forças israelitas.

Na entrada da Boeing uma manifestante disse: “Nos unimos a milhões de pessoas nos Estados Unidos e em todo o mundo para exigir o fim do brutal ataque de Israel contra Gaza e sua ocupação da Palestina nas últimas décadas”

Na Itália, estudantes tomaram a Universidade Oriental de Nápoles exigindo o fim dos acordos técnicos e de cooperação com universidades israelitas e com o Estado de Israel. Denunciam o apoio do governo italiano à ofensiva israelense, exigem a condenação dos dos crimes de guerra e das violações de Direitos Humanos realizados por Israel: “Não queremos estudar em uma universidade que é cúmplice daquilo que um governo colonial e criminoso como o de Israel está fazendo”.

Um chamado desde os sindicatos palestinos

Desde o começo do conflito, sindicatos palestinos lançaram um chamado internacional contra o armamento de Israel. Ao denunciar todas as atrocidades cometidas por Israel, e o banho de sangue e condições desumanas que esse Estado submete a Faixa de Gaza, os sindicatos propõem 5 medidas básicas:

“Conclamamos os sindicatos dos setores envolvidos a:

  • Recusem-se a fabricar armas para Israel.
  • Recusem-se a transportar armas para Israel.
  • Adotem moções para esse fim em seus sindicatos.
  • Tomem medidas contra as empresas cúmplices na implementação do cerco brutal e ilegal de Israel, especialmente se elas tiverem contratos com sua instituição.
  • Pressionem os governos para que ponham fim a todo o comércio militar com Israel e, no caso dos EUA, para que parem de financiá-lo.

Lançamos este apelo em um momento em que estamos testemunhando tentativas de banir e silenciar todas as formas de solidariedade com o povo palestino. Pedimos que você se manifeste e aja diante da injustiça, como os sindicatos têm feito historicamente. Lançamos este apelo porque estamos convencidos de que a luta pela justiça e pela libertação da Palestina não é apenas uma luta determinada em escala regional e global. Ela é uma alavanca para a libertação de todos os povos despossuídos e explorados do mundo.”

Pela ruptura imediata das relações diplomáticas, econômicas e militares com Israel

Fazemos coro com esse chamado. Desde o Esquerda Diário e sua rede internacional presente em 14 países estamos presentes nas manifestações, nas diversas medidas de solidariedade com a Palestina e nos bloqueios a Israel. Exigimos das centrais sindicais que organizem os trabalhadores no sentido do chamado realizado pelos sindicatos palestinos, que organizem medidas como vimos dos portuários. As soluções propostas pela ONU, e avalizadas pelo governo brasileiro, não surtem nenhum efeito no cessar-fogo, só os trabalhadores organizados podem dar uma resposta contundente e que se choque com os interesses imperialistas que mantém as Forças de Defesa Israelenses.




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