×

INDUSTRIA ABC | Volkswagen para manter seu lucro ataca trabalhadores com suspensões temporária de contrato e redução dos salários

domingo 17 de janeiro de 2016 | 22:30

2016 começou com mais ataques aos operários da VolksWagen. A montadora anunciou que até março colocaria 1700 funcionários em lay off na unidade de São Bernardo, e nesta semana já efetivou os primeiros ataques: 1.200 suspensões temporárias de contratos (layoff) pelos próximos cinco meses e com a aprovação do Plano de Proteção ao Emprego, 9.300 trabalhadores tiveram seu salário reduzido em 20% até Outubro quando a redução será de 10%.

O setor automotivo teve queda na taxa de lucro em 2015, setores de ônibus e caminhões foram os principais atingidos: as vendas foram 45,9% menores do que em 2014. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) os comerciais leves venderam 42,8% a menos do que no ano anterior. Os carros apresentaram queda de 21,7% no ano passado em relação a 2014.

Hoje a Volks- SBC conta com cerca de 10.500 mil funcionários, desses 7.500 mil atuam diretamente na produção, no momento toda a fábrica está inserida em algum programa.

Proteção pra quem?

Para responder a crise que a indústria brasileira vem passando, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) vem batalhando por alternativas que mantenham os exorbitantes lucros patronais nas custas de severos ataques aos trabalhadores. Entenda como:

O lay off ou suspensão temporária de contrato é uma ferramenta utilizada desde 2001 e permite suspender o contrato de trabalho por até cinco meses (podendo ser renovado por mais cinco meses). Nesse período, os trabalhadores recebem o seguro desemprego com a condição de fazer cursos que no geral não tem relação com a função que exercem na fábrica. Quando voltam não tem estabilidade e se demitidos não recebem mais o seguro, e como se organizar apos tanto tempo longe da fabrica e companheiros?

Outro plano utilizado é Plano de Proteção ao Emprego, PPE, que deveria ser chamado por Plano de Proteção aos Empresários, é utilizado desde julho de 2015, onde as empresas reduzem a jornada de trabalho e salário em até 30% por até seis meses (podendo ser renovado por mais seis meses). Para receber esta proteção, a fábrica precisa atender uma série de requisitos, como estar com o pagamento dos impostos em dia, ter utilizado outras medidas como banco de horas ou férias coletivas no decorrer da crise. O FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) complementa em 50% a perda salarial do trabalhador. Neste programa também em caso de demissão o trabalhador fica sem seguro desemprego, pois já recebeu do governo um parcela como salário.

E mesmo frente a todas essas “proteções” qual o impacto na cadeia produtiva de tantas paralizações nas montadoras? O desemprego direto nas autopeças e visivel nas filas de agencias de emprego, cada vez maiores.

Por um plano de lutas em defesa do emprego

O começo de 2015 também foi ameaçado por uma onda de demissões massivas nas principais montadoras da região. Os operários da região unificados conseguiram barrar 800 demissões na VolksWagen e mostraram que a luta pode fazer os patrões retrocederem no seu plano de descarregar a crise sob os trabalhadores.

O sindicato dos metalúrgicos do ABC, como já denunciamos outras vezes, abrirão mão da independência dos trabalhadores e buscam um acordo onde “todos saiam ganhando”, mas na realidade os patrões mantém seus lucros e milhares de famílias ficam com salários reduzidos e com a garganta engasgada frente a incerteza do futuro.

A CSP-Conlutas assim como as organizações de juventude e de trabalhadores da região precisa se colocar ativamente em defesa de cada trabalhador, contra qualquer ataque ou demissão. É preciso criar um movimento nacional contra os ajustes para que os capitalistas paguem pela crise!




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias