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UNICAMP | Calourada da FE Unicamp debate Crise do ENEM e os impactos dos ataques de Bolsonaro à educação

O debate contou a participação da Prof. Dr. Débora Jeffrey, pesquisadora na área de políticas educacionais da FE, e Mauro Sala, professor do IFSP e colunista da revista Ideias de Esquerda.

sexta-feira 6 de março de 2020 | Edição do dia

O tema da Crise do ENEM, atravessada pelo governo Bolsonaro em janeiro deste ano, foi assunto de uma mesa de debates que ocorreu essa quarta-feira, 4, como parte da programação da calourada da Faculdade de Educação da Unicamp (FE), proposto pela Juventude Faísca. A mesa "Crise no Enem: os impactos do programa de Bolsonaro para a educação" revelou que a Crise do ENEM está intrincada com temas muito mais profundos do que o descaso do governo Bolsonaro com o exame.

A discussão, porém, foi muito além do próprio vexame das políticas de Bolsonaro e Weintraub para a educação e da Crise que contou com mais 172 mil denúncias de erros nas notas e disfunções do SiSu. Na mesa, a professora Débora colocou sobre história tortuosa do próprio exame e o interesse empresarial em mercantilizar a prova. Mauro trouxe um debate debate sobre as deficiências das políticas de expansão de acesso ao ensino superior nos governos do PT (como o FIES e o PROUNI) e o desmonte acelerado por qual passam essas políticas nos últimos 6 anos, intensificando-se a partir do golpe institucional de 2016.

Os convidados também apontaram como as políticas de desvalorização do trabalho, como a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência, e as politicas desqualificação do ensino, como a reforma do ensino médio e o ataques de direita de Bolsonaro e Weintraub ao ENEM, se retroalimentam para formar uma força de trabalho mais barata e precarizada no país. Por isso, Mauro colocou como é necessário defender o livre acesso ao ensino superior, visto que isso passa por lutar pelo fim do vestibular e a estatização das universidades privadas, que são verdadeiras empresas que lucram com a educação.

Apesar da descrição de uma realidade difícil, a discussão não foi desesperançosa: ambos os convidados saudaram a luta dos professores do estado contra a reforma da previdência de Doria, agredidos pela polícia ontem dentro e fora da Alesp pela tropa de choque, e chamaram os estudantes a se solidarizar com essa luta.

Uma mesa intensa, mas que mostra a existência de uma saída se os estudantes e os trabalhadores perceberem que podem intervir no curso do acontecimentos e que sua luta é uma só.




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