ELEIÇÕES CAFCA | Chapa ’Da Lama ao Caos’ divulga nota sobre resultado das eleições do C.A. da Filosofia - UFMG

Nota da Chapa 2 - “Da Lama ao Caos” sobre o resultado das eleições do CAFCA

Na última sexta-feira (11) conhecemos o resultado do processo eleitoral para o CAFCA (Centro Acadêmico de Filosofia – UFMG). A Chapa 1 - “Interseção” venceu com 68 votos; a Chapa 3 - “S.O.S.” recebeu 64 votos e nós da Chapa 2 recebemos 45 votos. Em primeiro lugar queremos agradecer a todos os estudantes que nos apoiaram, seja votando, distribuindo nosso material de campanha ou convencendo colegas a votar na Chapa 2. Acreditamos que esses 45 votos (25,5% do total) representam um pronunciamento importante do curso pela necessidade de entidades estudantis militantes e democráticas, que liguem a luta por cada demanda do cotidiano dos estudantes ao combate contra as opressões e estejam ao lado dos trabalhadores e da população na luta pela educação e em defesa dos direitos, contra o plano das reitorias e dos governos que querem descarregar a crise capitalista nas nossas costas poupando os empresários e os ricos.

A maioria dos 68 votos da Chapa 1 expressou um sentimento anti-política, corporativo e de confiança na institucionalidade como ferramenta central para resolução de nossos problemas; se enganam os que acham que com um ofício que informe a reitoria, as diretorias ou departamento dos nossos problemas eles se resolvem num passe de mágica. Até os nossos banheiros sujos da FAFICH ou a falta de infraestrutura são parte de um projeto de universidade e educação. Já a maioria dos 64 votos da Chapa 3 e uma parcela dos votos da Chapa 1, representam um sentimento à direita que se fortaleceu no curso e que precisa ser combatido. As ideias e propostas de ambas chapas eram de um CAFCA fechado em si mesmo e esvaziado de qualquer conteúdo político. Quem não questiona que a universidade pública, financiada pelos impostos de todos, direcione a maior parte do seu conhecimento para empresas como a Vale S.A. – empresa que já ganhou “prêmios” internacionais de destruição do meio ambiente e que é dona de metade da mineradora Samarco, responsável pela tragédia de Mariana, Bento Rodrigues – só abre espaço para a perpetuação e aprofundamento de injustiças como essas. Não à toa a Chapa 3 teve à sua frente um militante do PSDB (partido ligado a grandes empresas e a repressores e corruptos como Geraldo Alckmin, Aécio Neves e Eduardo Azeredo, presidente do partido recentemente condenado por corrupção) que em diversos momentos foi muito elogioso à Chapa 1: a direita quer liquidar a tradição política de esquerda de um CAFCA aliado às mulheres, aos negros, aos LGBT, aos trabalhadores e a toda população de fora da universidade, contra a reitoria e a estrutura de poder da universidade, contra os governos e os empresários. Queremos abrir esse diálogo fraterno com os membros da Chapa 1 para avançarmos nas questões que faltaram na última gestão – como mais vivência e festas, melhor representação nos órgãos colegiados e um melhor espaço físico do CAFCA – preservando e aprofundando o caráter político e questionador do C.A.

Essa eleição – que teve participação recorde na história do curso – mostrou mais uma vez e muito claramente a importância de uma conquista dos estudantes da filosofia em 2013: ter mudado o estatuto do C.A. instituindo a proporcionalidade. A Chapa 1, que ganhou a maior parcela dos votos, teve somente 38,4% deles, e na maioria das entidades estudantis estaria sozinha na gestão. No CAFCA, as três chapas eleitas deverão ocupar espaço proporcional à votação recebida, durante todo o ano. Queremos nos apoiar nessa conquista para aproximar mais o CAFCA do conjunto dos estudantes e fortalecer as assembleias como órgãos de decisão, elegendo também representantes de sala.

Reivindicamos o estatuto do C.A. em que as secretarias têm um papel meramente executivo daquilo que as assembleias de curso (abertas para todos estudantes debaterem e deliberarem seus interesses) decidem, colocando o papel de sujeito político no conjunto dos estudantes e não somente nas mãos da gestão. Queremos iniciar o ano que vem com uma assembleia de posse de toda a gestão proporcional onde discutamos o funcionamento da gestão e a distribuição das secretarias, bem como uma grande calourada da filosofia.

Neste 2016 queremos mostrar junto a dezenas de estudantes que é possível dar continuidade ao projeto de um CAFCA de luta, democrático, contra as opressões, contra a reitoria e os governos, revertendo os erros da última gestão e aproximando o CAFCA do conjunto dos estudantes para questionar a universidade elitista, anti-democrática, racista, machista e homofóbica que temos hoje. Cada problema que vivemos no dia-a-dia e no nosso curso está ligado de alguma forma às ordens de Dilma ou dos direitistas do Congresso Nacional, que querem retirar nossa educação e nossos direitos enquanto os bancos continuam batendo recordes de lucros. Os secundaristas de São Paulo venceram e mostraram o caminho! É com luta e organização que defenderemos a educação e todos direitos que querem retirar; e é com luta que vamos por todos nossos direitos, junto aos trabalhadores e toda população oprimida!

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