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Pão e Rosas | Educadoras no 8M contra a violência e a precarização: por uma luta independente dos patrões

Fazemos aqui um chamado às trabalhadoras da educação e à toda comunidade escolar a ser parte de um 8 de março contra a violência de gênero e a precarização do trabalho, em solidariedade a Palestina e contra o genocídio do estado de Israel. Precisamos organizar nossa luta de forma independente dos governos e dos patrões.

quinta-feira 7 de março | Edição do dia

Nós, mulheres que compomos o grupo Nossa Classe Educação e grupo de mulheres Pão e Rosas, convidamos às professoras e toda a comunidade escolar a unir-se ao nosso bloco neste 8 de Março, batalhando por uma saída independente que não confie nos governos e nem nos patrões, mas sim nas nossas próprias forças.

Sabemos que as mulheres são as mais afetadas pela crise capitalista e sentem na pele a precarização das condições de moradia, saúde e educação, com as professoras e professores sendo, nesse momento, um dos setores mais atacados pelos governos, seja pelas reformas aprovadas por Bolsonaro e Temer, pelo avanço privatista e de sucateamento da educação pública de Tarcísio, seja pelas alianças com a direita e extrema direita levada a frente pelo governo Lula/Alckmin que rifa nossas pautas e leva a frente importantes ataques, como a Reforma do Ensino Médio.

Todo esse cenário de sucateamento da educação se expressa nos números absurdos de professores desempregados, em sua maioria mulheres, que estão sem aulas enquanto tantos alunos seguem sem professores. Ainda, mesmo aqueles que já assumiram aulas, milhares de professores seguem por meses sem salário, ou seja, sem saber como irão comer e pagar as contas no final do mês. Por isso, esse 8 de março é marcado pela batalha pelos nossos direitos e contra a precarização das nossas vidas e de todos das comunidades escolares. Estamos vendo o bolsonarista transfóbico e misógino Nikolas Ferreira que entrará para a Comissão de educação por meio de negociatas entre PT e PL, que abriram espaço para outros setores bolsonaristas. A conciliação abre espaço para a extrema direita e somente a nossa luta independente levará a conseguirmos as nossas demandas.

Não podemos deixar de mencionar as terceirizadas que trabalham nas cozinhas e na limpeza das escolas. Na sua grande maioria são mulheres negras que percorrem a cidade usando o transporte público cada vez mais lotado e enfrentam as escolas com péssimas estruturas, um setor que é a mostra dos ataques dos governos que avançam em cada vez mais precarizar a vida dos trabalhadores. Por isso a nossa defesa é pelo fim da Terceirização, com efetivação de todos os trabalhadores terceirizados sem necessidade de concurso para executarem uma tarefa que já cumprem cotidianamente. Nós do Pão e Rosas e do MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores) impulsionamos junto a juristas e intelectuais o Manifesto contra Terceirização (link)

Acreditamos que a única forma de lutarmos contra os ataques à educação pública, aos professores e funcionários da área da educação é a nossa auto-organização desde cada escola, buscando uma forte unidade com a comunidade escolar, tendo como exemplo a paralisação dos professores das escolas municipais neste 8 de março, que lutam por condições dignas de trabalho, sendo uma categoria majoritariamente feminina. Precisamos exigir de nossos sindicatos a organização de uma forte luta, buscando a unidade com os demais setores da classe operária que também estão lutando pelas suas demandas, como os metroviários em São Paulo que lutam contra o projeto privatista de Tarcísio, nos inspirando na luta dos argentinos que estão nas ruas lutando contra os ataques de Milei, e expressando toda a nossa solidariedade internacional as mulheres e ao conjunto dos palestinos, expressando um profundo rechaço ao genocídio do estado de Israel.

Nesse 8 de março a nossa luta é pelo direito ao nosso corpo, pela legalização do aborto; contra o feminicídio, lesbicicídio e transfeminicídio que seguem ocorrendo em nosso país, em uma forte defesa pelo fim da violência de gênero! Contra os assassinatos racistas cometidos pelas mãos da polícia que arrancaram a vida de tantos filhos e de tantos alunos nossos. Sabemos que todas essas lutas só serão possíveis se confiarmos nas nossas próprias forças, na luta, em unidade com os setores oprimidos e sem nenhuma confiança nos governos que nos atacam e na conciliação de classes, expressa atualmente na frente ampla, que na prática abre espaço para extrema direita.




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