Funcionários da Usina Estivas, de propriedade da companhia Pipa Agroindustrial, ameaçam demolir casas de moradores da aldeia indígena Katu. A aldeia fica no município de Canguaretama, a 78km de Natal, capital potiguar, às margens do rio Katu.
quinta-feira 13 de fevereiro de 2020 | Edição do dia
Os funcionários da usina, localizada em Arês, na divisa com a aldeia, chegaram na comunidade com tratores alegando ter documentos que compravam a posse das terras. Em nenhum momento esses documentos foram revelados. Na terça-feira, 11, os tratores retornaram e ficaram circulavam as casas, assustando as famílias e crianças da aldeia.
A usina possui uma plantação de cana, que, segundo os indígenas, tem poluído o solo e ameçando contaminar o rio devido ao alto nível de agrotóxicos usado.
“Eles chegaram aqui dizendo que o terreno era deles, ficaram dando voltas com o trator em torno da casa , alegaram que tinham um mapa que provaria o que estavam dizendo, mas não mostraram nada, causaram um terror nas crianças e moradores. Como é que chega alguém numa determinada casa e quer demolir sem nenhum documento ou mandado? Nós estamos aqui há séculos e eles querem diminuir cada vez mais nosso espaço”, afirma o cacique Luiz Katu, ao jornal Saiba Mais – RN.
A aldeia não possui demarcação. Na realidade, o Rio Grande do Norte não possui terras demarcadas para os povos indígenas. Hoje existem 13 comunidades no território potiguar.
Denunciamos as ameaças e nos solidarizamos com a aldeia Katu, exigindo a imediata demarcação de suas terras e de todas as comunidades indígenas potiguares!