Em março de 2018 o professor Alípio de Sousa Filho, lotado no Departamento de Ciências Sociais da UFRN, expulsou uma aluna acompanhada da sua filha, então uma criança de cinco anos, da aula de Introdução à Sociologia. Depois de diversos protestos por parte de estudantes, que paralisaram as aulas da disciplina por duas semanas, Alípio sofreu algumas sanções e processos institucionais, chegando a ser afastado das salas. Pouco mais de um ano depois, a justiça potiguar se posicionou pela sua indenização, em razão de danos morais, a ser paga pela universidade e pelo chefe do Departamento de Ciências Sociais, o professor César Sanson.
quarta-feira 4 de dezembro de 2019 | Edição do dia
Reproduzimos abaixo nota publicada pelo DCE da UFRN e assinada por diversos Centros Acadêmicos e Movimentos de Juventude em repúdio à decisão judicial tornada pública ontem de punição para a UFRN e o Prof César Sanson, em processo contra o Professor Alípio Souza que expulsou uma aluna mãe e sua filha de sala de aula com declarações machistas e elitistas, afirmando que elas não deveriam estar na universidade.
Nota de repúdio
Em março de 2018 o professor Alípio de Sousa Filho, lotado no Departamento de Ciências Sociais da UFRN, expulsou uma aluna acompanhada da sua filha, então uma criança de cinco anos, da aula de Introdução à Sociologia. Depois de diversos protestos por parte de estudantes, que paralisaram as aulas da disciplina por duas semanas, Alípio sofreu algumas sanções e processos institucionais, chegando a ser afastado das salas. Pouco mais de um ano depois, a justiça potiguar se posicionou pela sua indenização, em razão de danos morais, a ser paga pela universidade e pelo chefe do Departamento de Ciências Sociais, o professor César Sanson.
Essa aluna, assim como tantas outras jovens mães, precisou enfrentar o machismo que ainda segue enraízado nas salas e corredores da academia. Além de não dispor de creche universitária, um direito que o movimento de mulheres reivindica historicamente, não pode contar com o auxílio que a instituição oferece, que é insuficiente para encontrar um espaço que abrigue sua filha no período em que se dedica à graduação. Lamentavelmente, passou por uma situação vexatória com um professor que parece não possuir princípios básicos de sensibilidade pedagógica e mesmo humana.
Diante dos fatos, repudiamos a decisão judicial que confere uma indenização absurda a quem foi o agente de uma situação que fere a dignidade de uma estudante e de sua permanência na universidade, comprovadamente atestada por aúdios gravados pelos presentes em que Alípio profere discuros elitistas e misóginos. Além disso, reiteramos o nosso apoio à ela, ao professor César Sanson - que teve a coragem de se posicionar e não pode ser penalizado por isso - e à gestão da UFRN. Machistas não passarão!
Relembre o caso: Mãe é expulsa de sala de aula na UFRN