As terceirizadas e terceirizados da empresa Criart, que presta serviços de limpeza para a UFRN, fizeram hoje uma forte mobilização na UFRN que talvez nunca se tenha visto antes dentro da universidade, como continuidade das paralisações que ocorrem desde o dia 11/01 pelo pagamento dos salários atrasados que deveriam ter sido pagos dia 08/01. Os trabalhadores saíram em volta da UFRN e depois pararam na reitoria, onde protestaram fortemente com palavras de ordem e inclusive obrigou setores da mídia potiguar à cobrirem a mobilização. A luta segue até que os salários sejam pagos. Todo apoio!
João Paulo de LimaEstudante de Ciências Sociais - UFRN
segunda-feira 15 de janeiro | Edição do dia
As terceirizadas e terceirizados da Criart, empresa de limpeza contratada pela UFRN, começaram a semana com uma forte mobilização na UFRN, com mais de cem trabalhadores protestando pela UFRN e na Reitoria. Esses trabalhadores seguem em luta desde o último dia 11/01, quando muitos deles paralisaram contra o atraso dos salários que deveriam ter caído no último dia 8 de janeiro. A Criart já vem deixando de pagar em dia há 4 meses, mostrando um total descaso e desprezo da empresa com os trabalhadores, que são os que fazem a universidade funcionar através dos seus serviços de limpeza e demais serviços, como é o caso de todos os terceirizados da UFRN. Ao mesmo tempo é preciso responsabilizar a reitoria da UFRN, que não tem nenhum interesse em resolver a situação dos estudantes, mas que apenas atua para garantir os lucros dos empresários e a situação de precarização dentro da UFRN, também descarregando a precarização nas costas dos bolsistas com suas bolsas atrasadas.
Veja imagens da mobilização:
As trabalhadoras e trabalhadores começaram o dia com um café da manhã feito pelo Comitê em Defesa dos Terceirizados realizado no Centro de Convivência da UFRN, onde depois realizaram uma assembleia que decidiu ir para o Via Direta chamar a atenção da população e da mídia, e depois seguir para a reitoria. No entanto, a mobilização acabou indo direto para a reitoria, onde os trabalhadores, mostrando toda a gana e força de vontade, seguiu protestando e cantando palavras de ordem em defesa de seus direitos e contra a Criart e a reitoria que seguem mantendo os trabalhadores nessa situação revoltante. Durante os últimos dias, uma trabalhadora chegou a dizer que “se sente uma escravizada moderna”, e também há relatos de que alguns estão com a geladeira esvaziada, passando situação de fome, ao mesmo tempo em que os donos da Criart vivem no luxo com seus lucros obtidos com o suor desses trabalhadores, e a reitoria vive com seus supersalários enquanto enrola os trabalhadores por meio de suas reuniões a portas fechadas em que se demonstra completamente desinteressada em obrigar a Criart à pagar os trabalhadores. Uma situação deplorável que escancara o completo desprezo da reitoria e da Criart!
Na realidade, como já se demonstrou nas últimas lutas dos trabalhadores da Criart bem como os trabalhadores da D&L, o que realmente arranca os salários atrasados e demais direitos é a luta coletiva dos trabalhadores, cruzando os braços e gritando por seus direitos sem se calar perante os mandos e desmandos da reitoria e dos patrões. Nesse sentido, nós da Faísca Revolucionária nos colocamos lado a lado dos trabalhadores, não só com nossas vozes, palavras de ordem, bateria e megafone, mas também com todo o apoio possível, e acreditamos que a mobilização deve seguir, inclusive indo para o Via Direta, para demonstrar à população natalense e à mídia que quem faz a UFRN (uma suposta “universidade de excelência”) funcionar são os próprios trabalhadores!
Por isso, também achamos fundamental que os bolsistas e demais estudantes se unifiquem com essa luta dos terceirizados, justamente porque acreditamos que se os estudantes querem de fato uma UFRN democrática e com permanência, eles também devem saber quem são os seus verdadeiros aliados para fortalecerem a sua luta, e achamos que justamente são os terceirizados um dos aliados naturais dos estudantes dentro da UFRN, o que aumenta a correlação de forças contra a reitoria e as empresas e que portanto pode fazer esses dois setores se sentirem acanhados, sendo obrigados a recuarem nos ataques, com estudantes e trabalhadores podendo impor as suas demandas, ao mesmo tempo que serve de enorme exemplo de luta para demais trabalhadores e estudantes no Brasil inteiro de como arrancar os seus direitos, num grande exemplo de aliança operário-estudantil.
Todo apoio à luta das terceirizadas e terceirizados da Criart! Chamamos todes a participarem de mais um dia de mobilização e paralisação das terceirizadas amanhã (16/01) no Centro de Convivência a partir das 6h30, seguindo depois para a Reitoria!
