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Governo Lula-Alckmin | Ministro da Defesa de Lula afirma que atos por intervenção militar são “manifestação da democracia”

Apenas um dia após a posse de Lula sob os gritos de "Sem anistia!" contra o bolsonarismo dos presentes, José Múcio Monteiro defendeu os atos por intervenção militar contra a posse de Lula-Alckmin nos quartéis como “manifestação da democracia”.

terça-feira 3 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Para jornalistas, Múcio descreveu as eleições como acirradas e que “as duas partes já estão em desarmamento em nome da nossa fraternidade”, dizendo que o país não aguenta muito tempo de tensão. Seu currículo condiz com esta declaração, que já passou pelo ARENA, PSDB e ajudou no Golpe Institucional de 2016, agora é parte do PTB de Roberto Jefferson e sua indicação foi reivindicada pelo ex-vice-presidente Mourão que o descreveu como um nome positivo para o cargo. Não à toa, alguém por quem Bolsonaro declara ter paixão.

Em que pese a diferença na composição racial, de gênero e com representantes do progressismo brasileiro no ministério de Lula em comparação com o de Bolsonaro, não podemos fechar os olhos para os representantes da extrema-direita que estão tanto fortalecidos no Congresso Nacional, quanto não deixaram de estar em ministérios. A indicação destes, e em especial de Múcio, revela a incapacidade do governo Lula de combater o bolsonarismo e a extrema-direita, que na realidade obtém sucessos em negociações e pactos, como na própria composição dos ministérios.

Enquanto a população brasileira sofre a tragédia do bolsonarismo e do golpe de 2016, com anos de reformas neoliberais, inflação, perda de direitos e arrocho salarial, Múcio vem para pactuar com os responsáveis por essa mesma situação. Em especial com os militares, que seguem atuando como fortes árbitros da situação política, drenando recursos públicos para interesses próprios e puxando a rédea da extrema-direita quando convém.

O próprio desejo de justiça de milhões de brasileiros que perderam seus familiares, amigos e conhecidos pela pandemia do coronavírus e sofrem na pele os impactos dos ataques do Golpe Institucional de 2016, assim como do governo Bolsonaro, seja com os cortes na saúde e na educação ou nas reformas trabalhista, da previdência e do Ensino Médio, fica prejudicado com esta nomeação. E não poderá depender do Judiciário que foi parte da própria implementação dos ataques. Por isso, para conquistar nenhuma anistia para Bolsonaro e revogar as reformas e os ataques é necessário organizar a luta independente do governo eleito.

Fonte: Folha de São Paulo
Foto: ABR




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