O promotor Cássio Conserino, responsável por conduzir a investigação envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre suposta ocultação de patrimônio no tríplex do Guarujá, deve retomar nesta quarta-feira, 24, a análise do caso e avaliar o agendamento do depoimento do petista e de sua esposa, Marisa Letícia.
quarta-feira 24 de fevereiro de 2016 | 00:00
Ele afirmou, ao deixar o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) na tarde desta terça-feira, que irá analisar a partir de amanhã a situação do casal. No início desta tarde, o conselho confirmou a competência do promotor para permanecer à frente da investigação.
Há uma semana, o conselheiro Valter Shuenquener, integrante do CNMP, suspendeu de forma liminar o depoimento de Lula e Marisa que estava marcado para o último dia 17. Ao levar o caso para discussão no plenário do órgão nesta terça-feira, 23, contudo, Shuenquener votou pela manutenção de Conserino no caso e revogou a liminar. Os demais 13 integrantes do órgão seguiram o entendimento do relator.
Análise
Alguns dos cientistas políticos do país haviam avaliado que o foco da investigação do Ministério Público, o apartamento no Triplex que queriam afirmar que Lula teria ocultado como patrimônio, perdeu força nos últimos dias, na medida em que o problema envolvendo a Bancoop e os acionistas afetaria também grupos poderosos na política nacional e empresários, o que retiraria o foco da série de operações que visam desgastar Lula.
No entanto, se a “estratégia de desgaste” estava funcionando antes, os objetivos colocados parecem que se aprofundaram a partir da prisão do marqueteiro do PT João Santana. Isso porque com essa prisão se reascendeu as possibilidades de retomar para o centro da conjuntura política a temática do impeachment e as possibilidades dessa espécie de golpe institucional.
Nesse sentido, o significado das investigações no Ministério Público devem ser observadas a partir disso. Nesta quarta-feira ficará mais claro as intenções do promotor, pois com a questão do impeachment mais a tona pode se retomar com força a questão do Triplex e do “sitio do amigo de Lula” para engrossar o caldo da campanha impulsionada especialmente os principais monopólios jornalísticos e setores da oposição de direita.
No caso de Lula, até o momento a relação de forças não permitiu a oposição de direita buscar um “xeque-mate”. Resta saber se encontrarão alguma “cartada” para que possam criminalizar o ex-presidente, o que seria um golpe fatal também para o governo de Dilma, já na corda bamba num país que avança para uma drástica recessão, com queda de mais de 4% do PIB.
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