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Juventude | Tours comunistas tomam as universidades do país: conheça a iniciativa da Faísca Revolucionária

Ao decorrer das últimas semanas, a Faísca Revolucionária realizou tours comunistas em várias cidades e universidades do país, mostrando de um ponto de vista marxista aos caloures a universidade que as reitorias não mostram. Confira abaixo como foram os tours realizados pelo Faísca.

quinta-feira 7 de março | Edição do dia

Reunindo centenas de estudantes, a Faísca Revolucionária realizou tours comunistas na USP, Unicamp, UFMG, UFRN e UERJ, com o objetivo de saudar os novos estudantes que acabaram de romper o filtro social e racial que é o vestibular, dar as boas vindas a cada caloure, apresentar o que as universidades têm de mais progressista, subversivo, a história de luta por trás de cada parede e também apresentar as contradições e debilidades de cada uma: mostramos o que as reitorias e os governos não mostram.

Ao lado dos trabalhadores das universidades, efetives e terceirizades, debatemos a importância de uma universidade que sirva aos interesses da classe trabalhadora e debatemos o que significa a precarização e a terceirização dos serviços que atendem aos estudantes. Na USP, contamos com a presença de diversos trabalhadores que contaram a história de luta desse setor dentro da universidade, a greve da qual o bandejão da USP foi palco, e a importância de uma juventude aliada aos trabalhadores. Na Unicamp, relembramos Cleide Aparecida Lopes, trabalhadora terceirizada que morreu dentro do bandejão, e todas suas colegas que foram protagonistas de uma forte greve, luta que foi perseguida pela empresa e pela reitoria da Unicamp.

Na UFRN, terminamos o tour no canteiro de obras dos terceirizados da universidade, debatendo a luta que esse setor travou no último ano, e debatendo, estudantes e trabalhadores juntos, marxismo e trotskismo, através da editora Iskra.

Na USP e na Unicamp relembramos os processos de luta dos estudantes, a única forma possível de arrancar nossos direitos. Retomamos as greves das duas universidades no ano passado, a luta des estudantes e des trabalhadores do Estado de São Paulo contra o reacionário Tarcísio e suas privatizações. Também debatemos as conclusões de cada processo e como tiramos de lição mais uma vez que não podemos ter nenhuma confiança na reitoria e nos governos.

Na UERJ, relembramos a luta de dezenas de mães por justiça pelos seus filhos, vítimas de violência policial. Debatemos o papel que tem a polícia assassina dentro das favelas, e contra a vida da juventude pobre e negra e como devemos construir uma juventude contra todo tipo de polícia e que lute ao lado de cada família vítima da violência policial. Assim como também debatemos a necessidade de políticas de permanência para os estudantes pobres, contra toda a precarização que é reservada aos bolsistas e trabalhadores dentro da universidade.

Na UFMG, debatemos o papel de uma universidade que esteja a serviço da classe trabalhadora, da população pobre e dos setores oprimidos, e não produzindo conhecimento para as empresas e a burguesia. As parcerias público privadas que estão colocadas hoje nas universidades públicas fazem com que estejamos pesquisando para encher o bolso dos capitalistas, ao invés de pesquisarmos os grandes problemas, de produzirmos conhecimento que sirva à juventude e aos trabalhadores. As reitorias e os governos tentam pintar as universidades como responsáveis por reconstruir o país em conjunto com a frente ampla Lula-Alckmin, mas isso significa colocar nossas universidades e todo conhecimento produzido aí ao lado do agronegócio, do garimpo, de todos os setores que eram base do bolsonarismo e agora conformam a frente ampla de Lula-Alckmin. Nós acreditamos que os comunistas devem lutar por um projeto de universidade que vá na contracara deste que os governos e reitorias nos apresentam, que segue mantendo as garras da iniciativa privada dentro das nossas universidades, enriquecendo o setor privado da educação enquanto as universidades públicas afundam em crise.

Na Unicamp debatemos a necessidade de uma juventude que seja independente da reitoria e que questione profundamente a estrutura de poder das universidades. As reitorias e os conselhos universitários são sistemas extremamente anti-democráticos, que reservam aos trabalhadores e estudantes nenhuma participação nas tomadas de decisões. Nós defendemos uma universidade tripartite, gerida pelos estudantes, trabalhadores e professores, de acordo com seu peso na realidade.

Em todos os tours quisemos transmitir quais são os desafios de uma juventude comunista que fura o filtro social e racial do vestibular. Debatemos em cada universidade a necessidade de lutar pelo fim dessa prova excludente, para que todos tenham acesso à universidade. Mostramos o que há de mais subversivo nas festas dentro dos campus, que cada vez mais precisam ser ocupados por uma juventude que queira expressar livremente sua sexualidade, seu gênero, livre de toda opressão.

Queremos seguir debatendo nas universidades qual o papel de uma juventude comunista nesses espaços, como que a gente pode se organizar em defesa do povo Palestino, pelo rompimento das relações das universidades brasileiras com as Israelense, como faz a Unicamp que persegue estudantes que lutaram em defesa do povo palestino. Também queremos nos apoiar nos grandes nomes do marxismo, como Rosa, Marx, Trotski, Lenin, Gramsci, CLR James, para pensar os desafios de uma juventude comunista hoje. Esse desafio é parte da batalha por construir uma nova tradição de movimento estudantil, que seja profundamente independente de qualquer reitoria e governo, que aposte na com os trabalhadores e resgate o que há de mais subversivo na história de luta dos estudantes brasileiros e do mundo inteiro.

Retomando Lenin nos cem anos de sua morte, distante da leitura mentirosa que as tradições stalinistas fazem dele, queremos chamar essa juventude que entra agora nas universidades a relembrar algumas das coisas que esse grande revolucionário nos deixou de lição: se organizem! Lenin teorizou e mostrou na prática a importância da organização partidária na maior revolução da história. Chamamos a cada caloure conhecer a Faísca Revolucionária e se organizar para lutarmos dentro e fora das universidades juntes por esse projeto comunista. Lenin também dizia que não devemos ter nenhuma aliança com a burguesia e os patrões. A gente vê que a conciliação de classes de Lula-Alckmin só abre mais espaço para a extrema-direita, assim como o PSOL que faz bloco parlamentar até com Republicanos de Tarcísio em Pernambuco. Precisamos sempre lembrar , que os interesses da burguesia e os nossos são frontalmente opostos. Por fim, Lenin dizia para sonhar, mas sonhar de olhos abertos. A juventude precisa sonhar com uma universidade e um mundo livre de toda opressão e exploração, com uma vida que valha a pena ser vivida, e tirar desses sonhos a força e a gana para a luta ao lado dos trabalhadores. É ao redor dessa batalha que nós iniciamos o ano letivo nessas universidades, chamando cada estudante a ser parte disso com a gente. Em breve também teremos Tour Comunista pela UFRGS, UFPE e UnB. Acompanhe as páginas da Faísca Revolucionária nas redes.




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