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DECLARAÇÃO DA JUVENTUDE ÀS RUAS | UERJ: façamos da conquista parcial força para a luta contra a repressão da reitoria

sexta-feira 19 de junho de 2015 | 01:01

Ontem, a reitoria da UERJ emitiu dois decretos onde acenou para atender algumas reivindicações do movimento estudantil e emitir novas promessas, já feitas anteriormente, como a construção de bandejões em todos campi.

Nos decretos o reitor Vieiralves se compromete a garantir o acumulo de bolsas, uma reivindicação histórica, que permite que cotistas e outros que recebem bolsas por permanência possam ser remunerados ao trabalhar em iniciações científicas e outros projetos acadêmicos, também determinou que seriam emitidas licitações para bandejões em outros campi e ainda que a faculdade de educação realizasse um estudo de custos e projeto para uma creche no campus.

Estes decretos são antes de mais nada promessas do reitor que está buscando organizar sua sucessão nas eleições que ocorrerão nos próximos meses. A promessa de bandejões já havia sido feita, pelo mesmo reitor, e nunca saíram do papel, com exceção do bandejão do campus Maracanã conquista de ocupação da reitoria pelos estudantes.

Mesmo assim, estas promessas são uma prova da força do movimento estudantil que vem se organizando desde o ano passado na universidade. É uma vitória especialmente para aqueles quinze cursos que paralisaram suas atividades em diversas ocasiões e em alguns casos por semanas seguidas. É uma vitória para os milhares de estudantes que participaram de atos e assembleias, para as mães que tomaram a linha de frente em atos por creche. A creche está ainda mais longe de ser concretizada com esta promessa mas já é um passo à frente que esta demanda antes invisibilizada tenha conquistado reconhecimento.

Em todas estas mostras de movimento estudantil que foram cruciais para estas conquistas parciais os estudantes tiveram que se organizar contra a mais importante entidade estudantil, o Diretório Central dos Estudantes, que é dirigido por correntes ligadas ao governo Dilma e à reitoria, e se negou a convocar qualquer assembleia, desprezou as mesmas, e agora às costas dos estudantes sentou-se para negociar com o mesmo reitor que anuncia que abrirá processos criminais contra estudantes e ordenou a absurda repressão de semanas atrás, inclusive com jatos d’água.

Estas promessas de Vieiralves vieram em um comunicado institucional, que toma a capa do site da universidade, intitulado “DCE conquista com diálogo demandas históricas” onde o reitor busca usar seus aliados estudantis para seguir sua campanha de isolamento do verdadeiro movimento estudantil da UERJ, aquele que protagonizou estas massivas assembleias e paralisações. Com este isolamento ele busca ganhar maior legitimidade para seus planos repressivos e de criminalização do movimento.

A força demonstrada pelo movimento até aqui poderia ter arrancado maiores conquistas e impedido os planos repressivos de Vieiralves se tivesse deflagrado greve enquanto este movimento estava em expansão.

Agora, devemos seguir nos organizando contra a criminalização do movimento, não permitindo nenhuma sindicância ou processo criminal, e seguir na luta contra a precarização da universidade e pela implementação do prometido. Não confiamos no prometido pelo reitor e seus aliados estudantis do DCE que já costuram apoio para as eleições a reitor, e o auxiliam a fazer o jogo de isolar o movimento estudantil, mostrando de que lado estão. E ambos, Reitoria e DCE, se omitem em como realizarão estas promessas que não foram cumpridas quando o orçamento da UERJ crescia, como será agora sob os cortes do governador Pezão? Na universidade onde faltam salários aos terceirizados, atrasam bolsas, não há condições salubres para estudar durante o verão, faltam insumos para o correto funcionamento de hospitais e clínicas, o reitor criará bandejões, creches, assim facilmente?

Só a confiança do movimento estudantil em suas próprias forças, sua organização independente da reitoria e do DCE pode garantir que estas promessas saiam do papel. Sigamos organizando a luta contra a criminalização do movimento estudantil, contra a precarização da universidade e por sua transformação radical, para que possa ser aberta a todos trabalhadores, a todos negros e negras e servir aos interesses de toda a população pobre e trabalhadora.




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