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Argentina | Assembleias de bairro e panelaços preparam paralisação nacional contra Milei, na Argentina

Nesta quarta, 10J, ocorrem panelaços em mais de 70 cidades contra o DNU, a Lei Omnibus e o protocolo repressivo do governo. Essas manifestações são resultado das assembleias de bairro que apontam que a resistência contra Milei cresce a partir de baixo. Os panelaços de hoje foram organizados principalmente pela Assembleia dos Unidxs pela Cultura.

quarta-feira 10 de janeiro | Edição do dia

Após a mobilização de 20 de dezembro contra o Plano Motosserra anunciado pelo ministro da economia - Luis Caputo – e contra o Decreto de Necessidades Urgentes (DNU) foram se desenvolvendo ações de protestos organizadas por assembleias de bairro. As assembleias estão se fortalecendo e ampliando para novos bairros. Nelas são debatidas as medidas do governo e as posições de parlamentares; como torná-las amplamente conhecidas as suas implicações; quem perde e quem ganha com elas; como enfrentar o plano geral de Milei e o que esperar (ou não) da política das centrais sindicais.

Debates e posições importantes começam a ser aprovadas em alguns bairros, como a crítica à demora das centrais sindicais para chamar um dia de greve geral; o repúdio à eleição do deputado Jose Luis Espert como presidente da comissão de orçamento no parlamento; votaram apoio aos trabalhadores em luta contra o atraso dos salários e demissões e predomina o acordo de que é preciso organizar e aprofundar a unidade por baixo até derrubar o DNU, a Lei Omnibus e todas as medidas econômicas que favorecem os grandes empresários e o FMI. A preocupação de como fortalecer cada assembleia, cada ação e como estendê-la a novos bairros está levando a pensar, na região da zona oeste da Grande Buenos Aires, a necessidade de coordenação entre as diferentes assembleias com a perspectiva de se mobilizarem juntas no dia da greve de 24 de janeiro e agregar mais forças.

No último sábado, foi feita uma plenária do sindicalismo combativo para organizar a construção de uma coluna combativa e independente da burocracia sindical e exigir um plano de luta para derrotar o plano motosserra de Milei. Desse encontro saiu um chamado para uma nova reunião no dia 17, convocando todas as assembleias populares, movimentos sociais, sindicatos combativos e a esquerda para compor e fortalecer a construção da paralisação a partir de baixo.

Veja o chamado da Plenária do Sindicalismo Combativo: Todos a greve nacional da CGT de 24/01 contra o DNU, o protocolo repressivo, a Lei Omnibus de Milei e o FMI, pelo aumento de salários, aposentadorias e planos sociais, contra as demissões.

O PTS na Argentina, organização irmã do MRT, a partir de seus dirigentes nacionais, parlamentares que compões a FITU, dirigentes sindicais e estudantis chamam “a tomar em nossas mãos a greve nacional ativa do dia 24 de janeiro, para que não somente seja realmente massiva mas para que defenda nosso direito à mobilização, quebrando o protocolo repressivo de Bulrich e Milei com cortes de ruas e estradas que poderão ser impostas com mobilização de centenas de milhares e levantando um programa e uma organização independentes. Apostamos a que a própria mobilização do dia 24 se expresse um massivo polo independente dos setores combativos e da esquerda.

Com a CGT e as organizações que foram parte do governo peronista defendemos “golpear juntos” exigindo a retirada do DNU 70 e da LO, porém “marchamos separados” porque sabemos que sua estratégia é negociar “algo” (para eles), deixando passar o grosso do ataque. Por isso defendemos uma organização e um programa independentes para debater em todas instâncias que surjam.

Já estão sendo convocados assembleias de bairro em diferentes cidades e municípios. Nos locais de trabalho os dirigentes dos sindicatos burocráticos seguramente não convocarão nenhuma deliberação ou assembleia. No melhor dos casos reunirão seus delegados e colocarão ônibus. Porém a convocatória de greve com mobilização exige que se abra uma ampla discussão na base da classe trabalhadora que vem de anos sem participar de nenhuma medida de força, e menos ainda de uma mobilização massiva com um governo repressor. Exijamos assembleias em todos locais de trabalho.(...) Em cada assembleia é necessário começar a discutir um programa que parta de colocar “abaixo ao DNU e qualquer lei contra o povo trabalhador”, para fechar o caminho a negociações reacionárias. “Pelo aumento emergencial dos salários, aposentadoria e receitas dos autônomos (como foi o IFE) para que não percam frente à inflação. Não aos tarifaços.”

Devemos rechaçar as demissões de temporários no estado ou em qualquer empresa que feche ou demita, que puna aos trabalhadores pela festa dos ricos e poderosos (já foram embora os fundos fiscais no pagamento da dívida). Incorporação de terceirizados e temporários. Ocupar e colocar em produção sob gestão operária toda fábrica que feche ou demita massivamente, seguindo os exemplos de Zanon e Madygraf (que são parte dos movimentos de luta).

Diante das remarcações de preços exigimos o congelamento imediato e que sejam abertos os livros de contabilidade das grandes empresas alimentícias para que o povo possa ver seus fabulosos lucros. Expropriação sob controle de seus trabalhadores de toda empresa que especule com a fome do povo.

Os grandes empresários seguiram ganhando durante todos estes anos. O capital financeiro o FMI nos cobram dívidas que foram uma fraude para financiar a fuga de capitais. Que a crise seja paga por eles, pelo poder econômico. Fora FMI.




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