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Professores SP | Eleição da APEOESP terá chapa de oposição por um sindicato combativo e independente dos governos

No último sábado, dia 01, aconteceu a Convenção da Oposição Combativa do sindicato de professores estaduais de São Paulo, a APEOESP, que decidiu pela construção de uma chapa de oposição para as eleições sindicais. Por um sindicato combativo, que organize a luta contra Tarcísio e as reformas, que seja antiburocrático e independente dos governos. Para fortalecer esses conteúdos, a chapa terá Flavia Bischain, militante do Reviravolta e PSTU, como candidata à presidenta, e Maíra Machado, do Nossa Classe Educação e MRT como candidata à vice-presidenta.

domingo 2 de abril de 2023 | Edição do dia

A Convenção da Oposição Combativa da APEOESP reuniu centenas de professores de todo o estado de São Paulo para debater uma alternativa à atual direção burocrática do sindicato, e que busque organizar a luta dos professores diante de uma realidade de reformas e ataques, como a reforma do ensino médio, de precarização da educação e ataques ideológicos da extrema direita, que tem sua nefasta expressão no assassinato da professora Elizabeth Tenreiro em sala de aula.

Veja mais em: A ideologia de extrema-direita de Tarcísio e Bolsonaro é responsável pela misoginia e violência contra professoras

O bolsonarista Tarcísio já é um inimigo declarado dos professores e vem aprofundando o legado de ataques à educação que o PSDB deixou em São Paulo, com a implementação da reforma do ensino médio e da nova carreira, que hoje vem deixando milhares de professores contratados sem trabalho ou precarizando e aumentando a jornada dos que conseguem aulas. Além disso, quer se utilizar das expressões de violência nas escolas contra os professores e estudantes, que são disseminadas pela extrema direita, para avançar com seu projeto de militarização na educação.

O Movimento Nossa Classe Educação (MNCE) esteve presente na Convenção com uma forte delegação e defendeu que só a mobilização dos professores, unificada com estudantes, trabalhadores da educação e comunidade escolar, é que pode dar uma resposta de fundo a essa situação, batalhando pela revogação integral da reforma do ensino médio, da nova carreira e das demais reformas, na defesa da efetivação dos professores categoria O sem necessidade de concurso, para garantir o fim da divisão entre os professores e a igualdade de direitos.

Esse caminho da mobilização é o que busca impedir a direção majoritária do sindicato (PT), que esse ano contará com apoio e participação ativa em sua chapa de setores que se diziam de oposição, como o “Fórum das Oposições”, mas que se recusaram a unificar a oposição e defender uma chapa de independência de classe. Assim, fortalecem ainda mais uma burocracia que busca impedir a luta dos professores, sem nenhuma organização séria de um plano de luta, reuniões de base, assembleias, paralisações e greves, que trai e desarticula os poucos dias de mobilização que são chamados e tem Bebel Noronha como principal figura, que hoje é deputada estadual e que recentemente votou pelo aumento salarial de Tarcísio de Freitas e também pelo candidato bolsonarista do PL à frente da presidência da ALESP. Um caminho que ao contrário de fortalecer e defender os professores, fortalece nossos inimigos da extrema direita.

Por isso, o MNCE defendeu a necessidade de denunciar e exigir que as grandes centrais sindicais, como a CUT e CTB, e os sindicatos de conjunto rompam com a paralisia e organizem a luta pela base, com um plano de lutas real e que essa mobilização e os sindicatos precisam ser independentes do governo federal de Lula que conta com um reconhecido repressor de professor como Geraldo Alckmin como vice.

Além disso, o MEC, que tem Camilo Santana à frente, atua junto e à serviço dos reformadores empresariais da educação e tem até mesmo nomes como Fernando Whirtmann, um nome do MEC no governo Bolsonaro e reconhecido por aprofundar a reforma do ensino médio no DF. Frente ao Novo Ensino Médio, rejeitado por uma imensa maioria de professores, estudantes, pais e o conjunto das comunidades escolares, o governo anunciou que fará consultas sobre a Reforma para “melhorar” alguns aspectos. É notório que a consulta sobre o NEM já está feita e se expressa na revolta de cada professor e cada estudante que vê a educação sendo esvaziada de conteúdo. Não aceitamos consultas fakes, exigimos a organização da luta pela revogação integral da reforma, assim como do conjunto dos ataques feitos depois do golpe institucional e do governo Bolsonaro que assolam a classe trabalhadora e que Lula já anunciou desde a campanha que não vai revogar.

Após as discussões, a convenção votou pela construção de uma chapa de oposição que leve esses conteúdos a frente para ser uma alternativa combativa, anti-burocrática e independente dos governos para os professores e definiu pelos nomes das professoras Flavia Bischain, militante do Reviravolta e PSTU, como candidata à presidenta, e Maíra Machado, do Nossa Classe Educação e MRT como candidata à vice-presidenta, para representar essas ideias nessas eleições sindicais.

Maíra Machado, professora da rede estadual em Santo André, militante do Nossa Classe Educação, declarou ao Esquerda Diário “A convenção deu um passo fundamental para que, depois de 6 anos sem eleições sindicais, os professores tenham uma alternativa nas eleições que defenda a nossa unidade e nossas demandas, um sindicato que seja democrático, com rotatividade de diretores, e que esteja nas mãos dos próprios trabalhadores e não da burocracia, para realmente ser uma ferramenta de organização da luta pela base contra Tarcísio, a reforma do ensino médio, e que não seja instrumentalizado por governos como de Lula-Alckmin que já garantiu que não revogará o novo ensino médio. Nossa luta e nosso sindicato precisam ser independentes, e para isso é preciso combater essa burocracia da Bebel que há anos atravanca e trai nossa organização. Infelizmente, mesmo com nossos chamados para unificar a oposição, o Fórum das Oposições, que conta com a participação da Resistência e do MES, correntes do PSOL, decidiram se unir com a Bebel e os burocratas que são encastelados na direção do sindicato e não com aqueles que defendem um sindicato de luta, combativo e independente, essa será nossas bandeiras nessas eleições da APEOESP que vou defender como candidata a vice presidenta e por elas que chamamos todos os professores a estar nessa batalha com a gente”.

Conheça o Nossa Classe Educação e faça parte dessa batalha por um sindicato combativo, de luta, democrático e independente dos governos!




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