Moradores de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, protestaram na tarde desta quinta-feira (16) em razão da falta de água. Os moradores interditaram um trecho da estrada Abias da Silva, no bairro Itaquaciara.
sexta-feira 17 de novembro de 2023 | Edição do dia
Segundo a denúncia dos moradores, começou a faltar água na quinta-feira (9/11). Moradores relatam ligar para a SABESP, a qual afirma desconhecer a falta de água na região ou afirmam estar em manutenção. Além disso, o superintendente da SABESP deu uma entrevista no jornal confirmando que a água voltaria até quarta-feira (15), mas até o dia de hoje não houve nenhum retorno de água para a população, que está em condições precárias, sem comer, sem beber água, sem tomar banho. Tudo isso em meio à onda de calor extrema. Nessa semana, São Paulo registrou temperaturas altas, chegando a marcar 37,7ºC na segunda-feira (13). Relatos de que até os animais domésticos estão passando mal.
Moradores alegam também que tem dias que tem água, e outros não. E, quando tem água, não vem com a pressão adequada para conseguir lavar a roupa ou tomar banho. Um trabalhador afirmou que às vezes a água é cortada às 9h da manhã. Moradores da Zona Oeste de São Paulo afirmam estar sem água desde o dia 3 de novembro.
Após a falta de energia em São Paulo, devido às fortes chuvas, que foram resultado da crise climática, moradores agora enfrentam a falta de água. Ao menos 2,5 milhões de pessoas ficaram sem luz e sem acesso a direitos básicos, como água e transporte, por mais de 90h. Essa situação comprova como a privatização da Eletropaulo em 2018, privatizada em 2018 e que de lá para cá cortou 36% dos trabalhadores, faz com que a população continue sofrendo as consequências. É essa política que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quer para o Metrô, a Sabesp e a CPTM.
A classe trabalhadora e o conjunto da população amargam o impacto ainda maior que a privatização e a irracionalidade capitalista gera quando acontecem fortes chuvas. A falta de energia paralisou instalações e estações elevatórias da Sabesp, afetando o nível dos reservatórios e, consequente, o abastecimento de água em diversas regiões; seis linhas de trem e metrô tiveram a operação prejudicada, como as linhas 5-Lilás de metrô, 9-Esmeralda, 10-Turquesa da CPTM, 11-Coral entre Guaianases e Estudantes, 8-Diamante e 12-Safira.
O plano de Tarcísio é privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM, a começar pela Sabesp, que já anunciou que quer vender até 2024. Essa política se apoia na conciliação de classes do governo federal, o que se materializa também na concessão de ministério ao partido de Tarcísio, o Republicanos. Por isso é urgente se apoiar na disposição de luta que mostram os metroviários, e que também demonstraram as bases das categorias da Sabesp e da CPTM. É preciso que a base das categorias se unifiquem para exigir de suas direções sindicais e das direções das centrais sindicais, como a CUT e a CTB, que construam um plano de luta através de assembleia de base, com direito a voz e voto para todo os trabalhadores. Rumo a uma greve geral contra as privatizações!
