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Mobilizações massivas | Peru: milhares de manifestantes enfrentaram duríssima repressão em Lima

Milhares de peruanos se somaram, na última quinta-feira, à greve nacional contra o governo, com bloqueios de estradas e protestos por todo o país, com uma grande mobilização em Lima. Os atos foram reprimidos pela polícia e houve relato de feridos. Mesmo assim, a resistência continuou até tarde da noite na capital peruana. Apesar do repúdio maciço que se viu em todo o país, a golpista Dina Boluarte afirmou que continuará no cargo.

sexta-feira 20 de janeiro de 2023 | Edição do dia

Nesta quinta-feira, 19/01, o Peru voltou a viver uma grande jornada de mobilizações e lutas nas ruas. Isso ocorre em meio à greve nacional e da mobilização convocada em Lima, no ficou conhecido como Marcha de los Cuatro Suyos.

Na capital peruana, para onde convergiram milhares de manifestantes de todo o país, a Polícia Nacional (PNP) ocupou com tanques as principais ruas e avenidas. A importante operação contou com mais de 10 mil militares, designados para a repressão aos manifestantes.

À noite, por volta das 20h no horário local, desencadeou-se uma repressão que foi respondida por milhares de manifestantes com forte disposição de luta. Durante várias horas, houve confrontos nas ruas de Lima contra as forças repressivas.

Ao longo da noite, a PNP jogou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Segundo relatos, uma delas parece ter sido responsável por um grande incêndio em um prédio próximo à Plaza San Martín, uma das mais importantes da capital.

"Dina Assassina"

Os manifestantes marcharam exigindo a renúncia imediata da presidente golpista Dina Boluarte e o fechamento do ilegítimo e golpista Congresso Nacional. Entre as reivindicações estava também a realização de novas eleições para 2023 e a convocação de uma Assembleia Constituinte, pedido que ganha cada vez mais apoio da população.

Mesmo assim, tarde da noite, Boluarte confirmou que continuará no governo, apesar da rejeição maciça. Numa mensagem dirigida à nação, destacou que “o governo está firme e o seu gabinete mais unido do que nunca”.

Mobilizações pelo país

Nas cidades de Arequipa e Cuzco também ocorreram importantes mobilizações, com tentativas de tomar as instalações dos aeroportos locais. Segundo a mídia regional, o mesmo aconteceu nas cidades de Juliaca e Tacna.

Em Arequipa, em mais um exemplo da enorme combatividade do povo peruano, milhares de manifestantes tentaram tomar o Aeroporto Alfredo Rodríguez Ballón. As imagens, que percorreram o país e o mundo, mostram a enorme vontade de luta das massas peruanas que, também aqui, enfrentaram uma dura repressão que apenas ontem já ceifou pelo menos uma vida.

Bloqueios foram, também, registradosem todo o país, com 127 pontos com trânsito interrompido devido a barricadas nas estradas. As manifestações no Peru contra o governo começaram após a saída de Pedro Castillo; o nível de mobilização está aumentando, apesar de, ao todo, mais de cinquenta pessoas já terem perdido suas vidas para a repressão

Essa enorme rebelião popular se estende no tempo, mostrando a radicalização das massas peruanas. O cenário que começa a se configurar é o de uma verdadeira situação revolucionária, na qual é fundamental que as massas lutem para impor sua própria saída.

Leia também: França e Peru mostram o caminho contra a extrema direita e as reformas reacionárias na luta de classes




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