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Eleições Apeoesp | Por uma Apeoesp de luta, independente e democrática contra Tarcisio e as reformas

No próximo sábado (01/04) às 14h acontecerá em São Paulo a Convenção da Oposição Combativa, que reúne grupos que não querem se dissolver na Chapa liderada por Bebel, para a formação de uma chapa da Oposição para as eleições da APEOESP. Nós do Nossa Classe Educação fazemos um chamado a todas e todos os professores para participarem conosco desta convenção e construir uma forte alternativa para o nosso sindicato que seja antiburocrática e de luta, para organizar nossa força contra Tarcísio e as reformas.

quarta-feira 29 de março de 2023 | Edição do dia

O processo eleitoral da APEOESP está aberto depois de anos sem eleições. O último pleito do sindicato dos professores do Estado de São Paulo aconteceu em 2017 e de lá pra cá muita coisa mudou no mundo, em nosso país e também em nossa categoria. Mas, apesar dos inúmeros ataques à educação, especialmente em São Paulo, o grande balão de ensaio da aplicação do Novo Ensino Médio, uma coisa não mudou, a direção majoritária do nosso sindicato segue sem organizar nossa luta e trabalha para manter a indignação dos professores sob controle, assim como fez durante décadas nos governos estaduais do PSDB, esvaziando o nosso sindicato de luta e deixando ataques históricos passarem. Mas agora Bebel e cia contam com o apoio de correntes que sempre se colocaram no campo da oposição e se apresentarão desta vez unificadas num chapão, uma política nefasta que alimenta essa burocracia sindical que se nega a lutar.

A realidade que enfrentamos nas escolas é a de professores categoria O que foram obrigados a aceitar a nova carreira, estão cumprindo horas a fio de trabalho na escola com as APDs e muitos ainda não conseguiram atribuir aulas e seguem no desemprego. Ainda nos deparamos com salas de aula lotadas, escolas sem funcionários e precarizadas que se somam à aplicação do Novo Ensino Médio que impõe uma enorme carga de trabalho aos professores que são obrigados a lecionar disciplinas que servem para atender à lógica de mercado.

O Novo Ensino Médio tem sido a pauta principal de debates em todas as escolas do país, mas o estado de São Paulo é onde sua aplicação está mais adiantada, levando professores e estudantes a uma escola vazia de conteúdo e sem sentido para a maioria de nossos jovens que se vêem sem acesso à disciplinas essenciais para sua formação como química, história, biologia, geografia… para “aprender” a fazer brigadeiro gourmet e engolir o “empreendedorismo” e o disciplinamento alimentado por governos ajustadores e mega empresas privatistas da educação. Isso tudo em meio a uma situação de profunda precarização da vida, em que estudantes e suas famílias passam fome, encaram o desemprego, a perda de direitos e vivem cada vez mais no meio da violência.

Os empresários que estão por trás da aprovação da Reforma do Ensino Médio lá no governo Temer, que lucram fortunas com a educação, estão ainda no MEC e por isso o ministro da educação, Camilo Santana do PT, já disse categoricamente que não revogará o Novo Ensino Médio, assim como o governo Lula/Alckmin deixou claro ainda na campanha que não revogaria a Reforma Trabalhista e da Previdência. Com tanto descontentamento e para deixar de ser questionado, o governo anunciou que fará uma consulta sobre a reforma do ensino médio e que, sabendo a opinião de professores e alunos, pensará nas mudanças necessárias, que ficarão a cargo do Ministério da Educação, cheio de privatistas, gente associada ao Todos Pela Educação e até do PSDB. Ou seja, o governo propõe uma reforma da reforma, decidida em conjunto com os mesmos autores desta reforma.

A grande questão é que essa consulta já tem uma resposta, queremos a revogação integral do Novo Ensino Médio. Não cairemos na farsa das consultas fakes que servem para que o novo governo apareça como democrático enquanto segue implementando todos ataques contra a educação, por isso, nossa luta deve ser independente do governo Lula/Alckmin. Não podemos aceitar que a APEOESP e as grandes centrais sindicais, como a CUT, atuem como parte do governo para impedir a organização de setores importantes de trabalhadores, como é o caso de professores em São Paulo, fazendo com que o nosso sindicato não seja uma ferramenta de luta. O Ensino Médio e a educação que queremos teremos que arrancar com nossa luta e mobilização, apostando na unidade com estudantes, funcionários de escola, pais e o conjunto da comunidade escolar.

Já está mais do que claro que é preciso superar essa direção sindical, retomando nosso sindicato para nossas mãos e transformando ele em uma ferramenta de luta contra a crescente precarização do nosso trabalho e os ataques enormes à educação. Em um momento como o que atravessamos é essencial que se fortaleça uma forte chapa de oposição, reunindo professores e ativistas que se coloquem a tarefa de combater a extrema direita que governa o estado de São Paulo de forma independente do governo Lula-Alckmin que não revogará as reformas e vem atuando com a política de “esperar”, enquanto assistimos a educação ser ainda mais destruída e a vida cada vez mais precarizada. Infelizmente os setores da oposição, como os grupos que são parte do PSOL, estão se colocando agora no campo da Articulação e da chapa da Bebel, estão abrindo mão dessa tarefa, construindo um verdadeiro chapão que atuará para seguir contendo nossa luta, fazendo acordo com o governo e permitindo o fortalecimento dessa burocracia encastelada de nosso sindicato.

Bebel Noronha, que é presidente da APEOESP e é também deputada estadual pelo PT em SP, atuou em todos os últimos anos para transformar o sindicato numa verdadeira extensão de seu gabinete parlamentar e vem negociando nossos direitos com governos que atacam abertamente a educação. Agora essa política de conciliação se dá em meio a um governo estadual de extrema direita bolsonarista que é representado por Tarcísio, que já pôde contar com o voto de Bebel na Alesp para aumentar seu salário em 50% e 37% para os deputados na ALESP. Sem contar o conchavo da bancada do PT para eleger o PL, partido bolsonarista para a bancada da presidência da ALESP. Como o PT diz no sindicato que quer o fim de uma reforma como a do ensino médio, ou que quer derrotar a extrema direita em SP, se ao mesmo tempo coloca nosso sindicato por uma política de mesa de negociação com o bolsonarismo paulista?

No último dia 22, a Apeoesp, por ser dirigida por essa direção pelega, chamou um ato sem paralisação e organização de base, tentando sufocar a revolta que sentimos todos os dias na sala dos professores e também em cada estudante que está sendo obrigado a engolir o Novo Ensino Médio e suas aulas de brigadeiro gourmet que servem pra ensinar nossa juventude que a educação serve apenas para que vendam sua força de trabalho à preço de banana.

Nossa batalha é pela revogação integral do Novo Ensino Médio, assim como das reformas que massacram nossas vidas, como a Reforma Trabalhista e da Previdência. Lutamos para colocar abaixo a nova carreira docentes e seus APDs que obrigam professores a deixar a vida na escola, trabalhando quase por tempo integral. Também reivindicamos a efetivação imediata de todos os professores e funcionários contratados, sem a necessidade de concurso público. Além da rotatividade dos diretores eleitos liberados para cargos sindicais.

Esse chamado é para todos que compartilham da ideia de que o sindicato deve ser uma ferramenta de luta dos trabalhadores e portanto devemos nos organizar para assumirmos a tarefa de tomá-lo para as nossas mãos, tirando sua direção das mãos dessas burocracias, como da Chapa 1 da Bebel. Fazemos esse chamado a todos que sabem que é preciso construir uma força real de oposição. Vem com o Nossa Classe Educação!




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