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Rio Grande do Norte | Todo apoio à mobilização dos trabalhadores da Coteminas - RN, que presta serviço para a Shein

Trabalhadores da Coteminas de Macaíba/RN fazem protesto diante do atraso de salários e auxílios. Todo apoio! Pelo pagamento dos salários, auxílios e férias!

quinta-feira 14 de setembro de 2023 | Edição do dia

A manhã da segunda-feira (11/09) começou com trabalhadores do RN protestando contra os ataques dos patrões. Em frente à sede da Companhia de Tecidos do Norte de Minas (Coteminas) localizada no município de Macaíba/RN, trabalhadores protestaram na BR-304 contra o atraso do pagamento dos salários que já contam dois meses de atraso, contra o corte de benefícios que inclui vale alimentação, plano de saúde e cesta básica, somando-se com o atraso do pagamento das férias.

Os absurdos da companhia do ramo têxtil não são novidade para os trabalhadores de suas filiais, já que a mesma conta com demissões em massa, inclusive este ano com a demissão de 731 funcionários em Blumenau (SC). Essa situação, em meio à crise econômica que vivemos no país, é a que se aprofunda com os ataques abertos anteriormente pelo golpista Temer e pelo reacionário Bolsonaro, como a Reforma Trabalhista, que o atual governo Lula-Alckmin já disse que não irá revogar.

Em período parecido - entre junho e julho de 2023 - foi anunciada a nova parceria com a empresa chinesa de e-commerce, SHEIN, formalizada junto com o presidente Lula (PT), a governadora Fátima Bezerra (PT), Josué Gomes que é presidente da Coteminas e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Marcelo Claure, presidente do Conselho da Shein na América Latina. Além deles, estiveram também no encontro os deputados federais do PT, Natália Bonavides e Fernando Mineiro.

Os anúncios da chegada da Shein no RN foram regados de comemorações pelo governo do estado e do país, anunciando “bons ventos” de vagas de emprego e movimentação da economia, com o RN na linha de frente para o projeto geral que é abrir 2000 fábricas e investir US$ 150 milhões para o mercado do país. O que tal configuração esconde através da demagogia são as péssimas condições de trabalho às quais são submetidos os funcionários, além dos atrasos de salários e cortes de auxílios relatados.

A aliança de Lula e Fátima com os reacionários setores da indústria são responsáveis pela miséria vivida por cada trabalhadora e trabalhador que tem as contas atrasadas a cada mês. As parcerias com Josué Gomes que, além da Coteminas, também é presidente da FIESP, demonstram que é esta conciliação que abre espaço para a direita e para a extrema direita no país, já que foi a mesma FIESP uma das responsáveis pelo golpe de 2016, junto com o judiciário brasileiro. Vale lembrar que a FIESP festejou a brutal flexibilização do trabalho com a aprovação da Reforma Trabalhista, com um ex-presidente dizendo que então os trabalhadores brasileiros não precisavam de horário de almoço, podendo trabalhar com uma mão e comer com a outra.

Basta de trabalhar sem receber, como acontece com os trabalhadores da Coteminas e, também como exemplo, com os trabalhadores terceirizados da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), rankeada como a melhor universidade do Nordeste, cuja reitoria perpetua trabalho semi-escravo entre as mesmas paredes que fortalece a iniciativa privada. É urgente que lutemos pelo fim de todas as reformas, por reajuste salarial de acordo com a inflação, pela divisão das horas de trabalho para combater o desemprego, e por trabalhos e salários dignos, para que sejam os capitalistas que paguem por essa crise.

Por isso que para derrotar todos os ataques que precarizam a vida da classe trabalhadora, povo pobre e povos oprimidos, é urgente que as centrais sindicais - CUT e CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, respectivamente - rompam sua inércia e organizem a luta contra a reforma trabalhista, reforma da previdência e o mais recente ataque, o Arcabouço Fiscal, que inclusive teve apoio da deputada que aparece como progressista nas redes, a Natália Bonavides (PT), mas que segue a mesma política de ataque à classe trabalhadora no RN. Por um plano de lutas nacional, debatido em assembleias em cada local de trabalho, para que os trabalhadores tomem essa luta nas suas mãos, e porque a nossa classe deve se unir, ombro a ombro também da enfermagem, por exemplo, que tem o piso atacado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e que agora o governo Lula-Alckmin atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que o piso não seja pago esse ano.

A Coteminas é um dos exemplos de como os capitalistas lucram em cima do suor e precarização da vida des trabalhadores, por isso é necessário fortalecer cada processo de luta na aliança operário-estudantil porque nada nos é dado de graça no capitalismo e a mobilização pelos salários e auxílios é um exemplo de caminhos possíveis na luta contra as patronais. É preciso estar lado a lado em cada processo de luta contra aqueles que exploram a força de trabalho, sem confiar nas alianças com a direita e a extrema direita. As centrais sindicais e organizações que se reivindicam de esquerda precisam se solidarizar com os trabalhadores de Macaíba que sentem no dia a dia o resultado do “progresso” do governo de conciliação de Lula-Alckmin e, no RN, de Fátima-Alves.




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