O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, autorizou sete projetos de exploração de ouro em São Gabriel da Cachoeira, área mais preservada da Amazônia e lar de 23 etnias indígenas. O governo Bolsonaro faz mais um avanço na destruição ambiental e perseguição dos povos indígenas em nome dos lucros capitalistas.
segunda-feira 6 de dezembro de 2021 | Edição do dia
Imagem: Ascom/Ibama
O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável por dar aval ou não a projetos de mineração na faixa da fronteira, autorizou sete projetos de exploração de ouro em área preservada.
A região de São Gabriel da Cachoeira era uma das áreas mais preservadas da Amazônia: dados públicos indicam que nunca houve uma autorização para pesquisa de ouro na região, até agora. A cidade é a mais indígena do Brasil e abriga 23 etnias indígenas.
A gestão de Bolsonaro que incentiva o garimpo ilegal já liberou para a prática uma área de 587 mil hectares ao longo de seu governo, os sete projetos na região de São Gabriel da Cachoeira sozinhos englobam 12,7 mil hectares desse valor.
Heleno é garimpeiro, e o exército sempre teve grandes negócios com a Amazônia. Desde sempre, se consideram donos da região, e estão por trás dos desmatamentos ilegais e do massacre aos povos indígenas.
— Danilo Paris (@Danilo__Magrao) December 6, 2021
A Agência Nacional de Mineração (ANM) afirma que não aprova requerimento em terras indígenas ou unidades de conservação de proteção integral, ainda que o governo recorra a atacar os povos indígenas para liberar as terras preservadas para o agronegócio.
As autorizações dadas pelo general Heleno têm duas empresas como beneficiárias: a SF Paim, que poderá pesquisar ouro em 1.110 hectares; e a Amazonrios Navegação, empresa de transporte em balsas em diferentes estados da Amazônia poderá pesquisar ouro, nióbio e tântalo em área de 9.676 hectares. A autorização de pesquisa permite “atividades de análise e estudo da área em que se pretende lavrar”.
Após a invasão do Rio Madeira por balsas e dragas de garimpo ilegal, essa medida é mais um avanço da destruição ambiental e perseguição dos povos indígenas em prol dos lucros capitalistas, política levada e incentivada pelo governo Bolsonaro.