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CORRUPÇÃO OLÍMPICA | Olimpíadas Rio 2016 ocorreu por compra de votos por aliado de Cabral, segundo investigação

segunda-feira 8 de maio de 2017 | Edição do dia

Lamine Diack, ex atleta e membro do Comitê Olímpico Internacional até 2015, e que agora cumpre prisão domiciliar na França por tráfico de influência, é acusado de vender os votos pelas decisões das sedes no Rio de Janeiro e em Tóquio. A decisão pelo Rio ocorreu em 2009 e Tóquio em 2013, segundo investigação do Ministério Público Financeiro Francês.

O Rio 2016 teria custado 2 milhões de dólares, na cotação do COI. O pagamento chegou a Lamine Diack por transferência realizado pela Matlock Capital Group, com sede em Miami, cujo dono é ninguém menos que Arthur Cesar de Menezes Soares Filho. O “Rei Arthur”, para alguns, é dono também da Facility Group que deteve, durante o governo Cabral, 3 bilhões de contratos terceirizados com o governo do Estado.

A Matlock de Arthur Soares transferiu 2 milhões de dólares (6,3 milhões de reais) em duas vezes, a primeira quantia de 1,5 milhões de dólares foi transferida à Pamodzi Consulting de Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, em 29 de setembro de 2009. A segunda transferência de 500 mil dólares beneficiou uma conta de Papa Diack na Rússia.

Procuradores franceses e brasileiros investigam se havia um pacto de corrupção em torno dos jogos de 2016, uma notícia um pouco requentada para quem viveu no Rio e presenciou as obras intermináveis da Linha 4 do Metro, ou do Veículo Leve Sobre Trilhos, duas obras que quase não foram terminadas à tempo de tanto superfaturamento. Sem contar que aos 45 do segundo tempo a prefeitura e o estado puderam contratar sem sequer fazer licitação, usando o sucesso dos jogos como justificativa (chantagem).

A primeira delas, o Metro, é uma obra da Odebrecht acusada pelo MP-RJ de fraude de licitação envolvendo Cabral e Júlio Lopes. 2 meses antes do início das obras, a empreiteira comprou a participação da Queiroz Galvão – Contran S/A em tal consórcio, e assim levou adiante a obra cujo custo para o estado aumentou, de 1,19 bilhão no contrato de 1998 (licitado pelo governo Marcelo Allencar), para 9,2 bilhões em 2011. A mesma empreiteira também assumiu as obras bilionárias da Transolímpica, Transoeste, Transbrasil, VLT, entre muitas inumeráveis.

Outra das obras digna de menção foi a construção do Parque Olímpico no Jacarepaguá, que hoje vive abandonado por ter sido construído em local de difícil acesso aonde, aliás, só foi ter comércio exatamente por causa das Olimpíadas. Uma decisão baseada única e exclusivamente na especulação imobiliária que existe neste local.
Outras empreiteiras que também foram beneficiadas, apesar de estarem fora dos holofotes dos procuradores e juízes e da grande mídia, foram a OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Isto sem contar os grupos hoteleiros e as imobiliárias donas das areas privilegiadas pelas obras.

A Globo silencia sobre este fato porque também foi beneficiada com isenções fiscais dadas durante as Olimpíadas e cotas de publicidade. Detalhamos mais neste artigo

Está mais que provado que os trabalhadores e o povo pobre do Rio em nada são culpados pela crise do Estado, como a Globo tenta fazer parecer. Na verdade pelo contrário, políticos corruptos roubaram até não poder mais, capitalistas lucraram horrores com as obras faraônicas (e grande parte delas, inúteis), usando a demagogia dos jogos que todos quisemos assistir para isto. Aumentaram a especulação imobiliária e endividaram o estado em nome de pagar as empreiteiras, além das bilionárias isenções fiscais durante todo o governo Cabral.

Agora os servidores pagam a conta da crise com dois meses de salário atrasado, e com junto com os mais pobres que enfrentam filas nos hospitais, tem cortados seus direitos por Pezão que tal como foi com os restaurantes populares no ano passado, Pezão tenta agora cortar o bilhete único dos estudantes. De mesquinharias até ataques profundos como a votação da venda da CEDAE, a ameaça da UERJ fechar e o pacote de maldades de Temer que Pezão quer aplicar na ALERJ contra os trabalhadores e o povo pobre, enquanto os capitalistas seguem a lucrar.

Mas no 28A, os trabalhadores voltaram à cena no RJ, fazendo a burguesia Tremer junto com trabalhadores do resto do país em uma paralisação histórica contra as reformas de Temer. Nos organizando em comitês de base em cada local de trabalho e estudo, exigindo dos sindicatos um plano de luta para derrubar as reformas de Temer junto com o seu pacote de maldades para os estados em crise. As Centrais Sindicais chamam cinco dias de ocupação em Brasília na próxima semana, seria muito bom que esta mobilização se desse novamente sob uma paralisação geral para derrubar as reformas, Temer e Pezão, para este tipo de mobilização defendemos impulsionar os comitês para que tomemos a luta em nossas próprias mãos.

Leia: Pezão deve dois meses de salário dos servidores, e os sindicatos seguem em silêncio




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